A Câmara de Lisboa está a recolher, até 24 de junho, contributos para a criação de uma carta com direitos e responsabilidades para quem vive, trabalha, estuda ou visita a cidade, anunciou esta sexta-feira o vereador dos Direitos Sociais.

“Queremos que haja um documento que sirva de referência para todos os cidadãos e para todas as organizações da cidade — públicas e privadas, associações, organizações não-governamentais — sobre o que é a ideia e o conceito de direitos e responsabilidades que todos temos […] de assumir”, disse João Afonso, em declarações à agência Lusa.

A Carta de Lisboa — Direitos e Responsabilidades aborda, assim, “grandes áreas que fazem uma cidade”, como os direitos humanos, o urbanismo, a qualidade de vida, a higiene urbana e a educação, estipulando “o que cada um e o que cada instituição tem de fazer“, explicou o responsável.

O objetivo é “contribuir para uma cidade melhor”, sublinhou, apontando que o documento reúne “princípios que já existem no mundo, na Europa e em Portugal, mas numa lógica local, numa lógica municipal”.

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“Acredito que será também uma base de trabalho para novas iniciativas de promoção dos direitos sociais na cidade de Lisboa”, acrescentou João Afonso.

De acordo com o autarca, a carta resulta do trabalho feito nos fóruns de cidadania que têm vindo a ser promovidos anualmente, desde 2014.

Até 24 de junho, o documento está disponível no site do município para receber “novos contributos”, referiu João Afonso. Já quem quiser apresentar propostas de alteração ou aditamentos em papel, poderá fazê-lo até 09 de junho. Depois, a carta será concluída e aprovada a 08 de julho, numa sessão a realizar na reitoria da Universidade de Lisboa.

A carta define, por exemplo, que “a cidade de Lisboa promove uma oferta adequada de alojamento para todas as pessoas, acessível, compatível com os seus rendimentos, com o seu grau de autonomia e as suas práticas culturais”, isto no que toca aos direitos na área da Habitação.

Relativamente às responsabilidades sobre o Ambiente, aponta que “os poderes autárquicos com base no princípio da precaução adotam políticas de prevenção e mitigação da poluição (incluindo a sonora), de poupança de energia, de gestão, reciclagem, reutilização e recuperação dos resíduos”, segundo a versão consultada pela Lusa.

O mesmo documento propõe que a Assembleia Municipal crie “uma Comissão de Direitos, Liberdades e Garantias e/ou a instituição de uma Provedoria da Cidade com competência para receber petições e queixas relativas a violações aos direitos garantidos por esta carta”.