Azeredo Lopes demorou mais de um mês a autorizar a reparação da rede que protege os paióis de Tancos. O pedido formal do Exército chegou ao Ministério da Defesa a 3 de maio, mas a luz verde para dar início à obra só chegou a 5 de junho.

A informação é avançada pelo Diário de Notícias, que teve acesso a documentos oficiais que ajudam a perceber a cronologia de um processo burocrático que demorou 73 dias até estar concluído: a 24 de março, o Exército já sabia que tinha a verba necessária — 388.680 euros — para avançar com a obra. No entanto, só entregou o pedido formal ao ministro da Defesa a 3 de maio. Ou seja, 40 dias depois. Azeredo Lopes só autorizou a obra um mês depois, a 5 de junho.

Como contava aqui o Observador, o despacho do Ministério da Defesa foi publicado em Diário da República a 30 de junho deste ano, dando conta da autorização do Governo para a reconstrução da “vedação periférica exterior no perímetro Norte, Sul e Este dos Paióis Nacionais de Tancos”. Nesse mesmo despacho, Azeredo Lopes justificava a obra com a necessidade de concentrar “as funções logísticas numa mesma infraestrutura e a consequente rentabilização de sinergias”.

Confrontado pelo Diário de Notícias com a morosidade do processo, o Ministério da Defesa disse apenas que “não lhe compete fazer comentários sobre estas matérias, uma vez que se trata da execução de uma obra realizada no quadro das competências próprias de um Ramo das Forças Armadas”.

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No mesmo despacho em que autorizava a obra, o ministro da Defesa recordava que, desde 2014, “estão sujeitas a prévia concordância [do Governo] as autorizações de despesas superiores a 299.278,74 euros, relativas a Construções e Grandes Reparações”.

De resto, a vedação que protegia a base militar já tinha sido intervencionada no ano passado. Um reforço de segurança que não terá sido suficiente: os autores do assalto a Tancos cortaram a rede que protegia a zona militar e entraram nas instalações militares de onde roubaram, por exemplo, 44 lança-granadas, 120 granadas ofensivas, 20 granadas de gás lacrimogéneo e 1.500 munições de calibre 9 milímetros.

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