As avaliações pedidas pelo ministro da Defesa à segurança das instalações militares recomendam o aperfeiçoamento da formação e treino do pessoal dedicado à guarda do material militar, partilha de informação e normas comuns aos ramos. Essas avaliações foram pedidas na sequência do (alegado) assalto aos Paióis Nacionais de Tancos, em junho, que resultaram no desaparecimento de granadas, explosivos e outro armamento. Esta semana, o ministro admitiu que possa nunca ter havido um furto.

O relatório entregue pelo gabinete de Azeredo Lopes à comissão de Defesa, a que a Lusa teve acesso — e que resume as principais recomendações dos relatórios entregues ao Governo pelos ramos militares e pela Inspeção-Geral de Defesa Nacional –, refere que “deverá capitalizar-se todas as oportunidades” para que “se aperfeiçoem processos de credenciação, formação e treino dos militares dedicados a funções de segurança e, quando aplicável, se promovam ações deste particular de cariz transversal”.

Segundo a informação prestada à comissão de Defesa, os relatórios têm “informação sensível para os interesses nacionais, por abordarem uma matéria que pode expor a segurança de instalações militares, razão pela qual foram classificados como “secretos”.

No resumo enviado ao parlamento, o ministério da Defesa destacou ainda a recomendação para a “implementação da partilha de informação, bem como da criação de um conjunto de normas comuns a propósito da segurança do material”. O ministério da Defesa adianta que estão “em curso” a concentração de material e a realização de obras “em algumas instalações” militares de armazenamento de material.

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Além destas iniciativas, os relatórios apontam para que seja dada prioridade, no âmbito da Lei das Infraestruturas Militares, a projetos que visem garantir “os requisitos técnicos definidos para a armazenagem e segurança do material de guerra” e para a “reabilitação de meios complementares de segurança”.

Em junho, o Exército revelou a violação dos perímetros de segurança dos Paióis Nacionais de Tancos e o arrombamento de dois ‘paiolins’, tendo desaparecido granadas de mão ofensivas e munições de calibre nove milímetros. Entre o material de guerra furtado dos Paióis Nacionais de Tancos estavam “granadas foguete anticarro”, granadas de gás lacrimogéneo e explosivos, segundo a informação divulgada pelo Exército.

Esta semana, em entrevista ao DN/TSF, o ministro admitiu, em “absurdo”, a hipótese de que nunca tenha acontecido qualquer assalto aos paióis. O Exército decidiu, entretanto, encerrar os paióis nacionais de Tancos e cancelar os investimentos previstos para aquelas instalações, optando por concentrar o material nas instalações de Santa Margarida e admitindo armazenar algum material nos paióis dos outros ramos, em caso de necessidade.