Há 5,5 milhões de máquinas de venda automática no Japão: uma para cada 23 habitantes. Vendem refrigerantes, bebidas quentes, batatas fritas, preservativos, fruta fresca e refeições quentes. Mas nem sempre estão nos grandes centros urbanos. Muitas delas estão mesmo ligadas em sítios remotos e praticamente nem são utilizadas. O fotógrafo Eiji Ohashi passou nove anos a explorá-las e juntou-as no livro “Roadside Light”.
Eiji Ohashi conta que, há nove anos, reparou numa pequena luz branca perto de casa quando regressava do trabalho, depois de cumprir um turno noturno. Nessa altura, a vila no norte do Japão onde morava estava a ser assolada por um nevão que impedia a visibilidade nas estradas e Ohashi usou essa luz para se guiar até casa, como se fosse um farol. Foi assim que se lembrou de encontrar outras máquinas de vendas solitárias pelo país.
Desde 2008 até agora, Eiji Ohashi reparou que ninguém vandaliza as máquinas: ninguém as pinta, parte ou assalta, até porque a taxa de criminalidade japonesa é uma das mais baixas do mundo. O resultado é um batalhão de máquinas completamente operacionais, até mesmo quando ficam cobertas de neve ou se escondem ao pé do monte Fuji, numa região onde quase ninguém passa. Embora estejam isoladas dos grandes aglomerados populacionais, estas máquinas não são esquecidas: técnicos das empresas visitam-nas regularmente para garantir que funcionam, mesmo quando ninguém as usa.
Veja na fotogaleria algumas das fotografias captadas por Eiji Ohashi.