O CDS repôs a imagem de José Ribeiro e Castro na fotogaleria criada para promover o 27º Congresso do partido. Depois de o Observador ter avançado na terça-feira que o ex-líder do CDS tinha sido esquecido na galeria de imagens que reflete a história dos congressos do partido, que está em destaque no site dos democratas-cristãos, a direção do partido decidiu incluir a fotografia de Ribeiro e Castro na referida fotogaleria.

Na versão anterior do slide, era possível encontrar imagens de todos os líderes do CDS: Freitas do Amaral, Lucas Pires, Adriano Moreira, Manuel Monteiro, Paulo Portas e Assunção Cristas. A exceção era mesmo José Ribeiro e Castro, líder do partido entre 2005 e 2007.

Entre figuras próximas de José Ribeiro e Castro, mais estranheza causou o facto de nas fotografias relativas aos congressos em que José Ribeiro e Castro foi eleito e confirmado líder do partido (primeiro em 2005, depois em 2006) os protagonistas em destaque serem outros: Telmo Correia, próximo de Paulo Portas, e João Almeida, à época líder da JP — ambos eram adversários de Ribeiro e Castro e ambos acabaram derrotados nas eleições internas.

A omissão de José Ribeiro e Castro desta galeria de honra foi considerada uma manobra de “revisionismo histórico” por parte da atual direção do partido, verdadeiramente digna da “escola estalinista”. Acusações que Pedro Morais Soares, secretário-geral do CDS, prontamente rebateu. “Por amor de Deus, nem lhe vou responder. Não faz sentido nenhum. As imagens escolhidas são fotografias genéricas dos congressos. Não houve nada de intencional”, garantiu o democrata-cristão, em declarações ao Observador.

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CDS acusado de práticas estalinistas depois de omitir Ribeiro e Castro da história dos congressos

Esta quarta-feira, poucas horas depois da publicação da notícia do Observador, a fotogaleria foi corrigida e já é possível encontrar uma fotografia de José Ribeiro e Castro, algures entre Telmo Correia (candidato derrotado em 2005) e João Almeida (adversário vencido em 2006).

“Dá a ideia que é um remendo contrariado!”, critica José Ribeiro e Castro, que na terça-feira preferira não comentar o caso. “Projeta uma má imagem e uma ideia errada do partido e não deixa de ser uma retificação curiosa e incoerente: mantêm-se os outros dois protagonistas e eu apareço algures.”

3 fotos

Para o antigo líder democrata-cristão, de resto, a sua ausência na galeria de imagens que celebra a história dos congressos do partido é “uma recaída breve na tradição fotoestalinista do CDS, uma característica do portismo“, argumenta, em declarações ao Observador.

Ainda que o “erro” já tenha sido corrigido, Ribeiro e Castro é taxativo: “Não tenho dúvidas que Assunção Cristas é completamente alheia a isto. Mas foi um gesto intencional por parte da direção do partido. Essa seleção foi feita por alguém ou alguém a mandou fazer”, sugere.

“Estas coisas são ridículas. Caricatas, até. E são mais prejudicais para o partido e para quem as autoriza, do que para os visados, neste caso eu próprio”, remata.

O Observador tentou contactar Pedro Morais Soares, secretário-geral do partido, mas não conseguiu obter uma resposta até à publicação deste artigo.