Arena de Munique. O relógio namorava o minuto 38 e o Real Madrid já vencia por 2-0. Faltava um mindinho para os merengues se sentirem com os dois pés na final de Lisboa. Os bávaros tentavam aproximar-se da baliza de Casillas, mas Fábio Coentrão voltava a fechar a porta com mais um corte. A bola sobrou então para Schweinsteiger, que se antecipou a Di María, e se colocou a jeito para ser derrubado pelo precipitado Xabi Alonso: falta e cartão amarelo. Alonso ainda estava no chão quando viu o árbitro aproximar-se e não queria acreditar. O espanhol levou as mãos à cara e assim ficou durante alguns segundos. O médio perderia a final, logo ele que tão boas memórias tem da final de 2005.
Decidimos lembrar aqui os jogadores que falharam por suspensão a final de clubes mais apetecível (desde 1992/93). Antes de mais, o seu a seu dono. A lista é emprestado pelo Daily Mail, as palavras são nossas. Umas histórias terão direito a link para o momento ou até para a final que falharam, que seria memorável.
1994 – AC Milan 4-0 Barcelona
Este é um daqueles exemplos em que nos devíamos levantar e bater palmas. Fabio Capello, o então treinador do Milan, não podia contar com Franco Baresi e Costacurta, ambos suspensos. Jogar uma final da Liga dos Campeões sem a dupla de centrais tem muito que se lhe diga. O Barça de Johan Cruyff tinha meninos como Guardiola, Bakero, Stoichkov e Romário. Os catalães levaram o banho de futebol da sua vida e ficaram a ver um chocolate italiano de alto gabarito: 4-0. No fim, Capello falou em “perfeição”, enquanto Massaro levava para casa três coisas especiais: dois golos e a camisola de Stoichkov — “é o meu ídolo.” Vale a pena ver aqui o vídeo do resumo.
1996 – Juventus 1-1 Ajax (italianos ganharam em penáltis)
O holandês Michael Reiziger do Ajax falhou a final. Fosse o seu futebol tão expressivo como os seus dentes brancos e até mereceria mais umas linhas…
1999 – Manchester United 2-1 Bayern Munique
Duas referências do Manchester United falharam esta partida. Palpites? Esta é aquela memória que nos palpita imediatamente quando pensamos em reviravoltas. Mario Basler tinha adiantado os bávaros no marcador depois de um livre direto, enganando Schmeichel. Os alemães quase colocaram um ponto final no assunto, quando enviaram duas bolas ao ferro. Os deuses estavam do lado da equipa de Alex Ferguson e o Camp Nou, em Barcelona, estaria prestes a ver algo inacreditável. Em dois minutos, os britânicos, quais diabos vermelhos, dariam a volta ao marcador com golos dos suplentes Sheringham e Solskjaer. Chegou a altura de revelar quem esteve ausente: Roy Keane e Paul Scholes.
2000 – Real Madrid 3-0 Valência
Houve goleada e arroz à valenciana, mas não houve Amedeo Carboni (Valência). “Quem?” Pois…
2002 – Real Madrid 2-1 Bayer Leverkusen
O talentoso brasileiro Zé Roberto fez muita falta aos alemães e viu a derrota da sua equipa da bancada, mas nem tudo foi um desastre. Quando for avôzinho, o canhoto poderá dizer aos seus netos que viu um dos melhores golos de sempre numa final da Liga dos Campeões, cortesia de um tal de Zinedine Zidane.
2003 – AC Milan 0-0 Juventus (Milan venceu em penáltis)
O cartão amarelo que Pavel Nedved viu nas meias-finais contra o Real Madrid é daqueles momentos que partem o coração a qualquer um. Quem não se lembra do checo de joelhos com as mãos na face enquanto o árbitro lhe mostrava o cartão? “Estou muito desiludido. Estou tão triste que podia morrer”, afirmou no final da partida.
2009 – Barcelona 2-0 Manchester United
Em ano de estreia como treinador dos catalães, Pep Guardiola venceu a final de Wembley, tal como havia feito em 1992 como jogador, contra o Sampdoria (1-0, golo de Ronald Koeman). Os três ausentes desta final foram Abidal e Dani Alves para o Barça e Fletcher para o Manchester United. Veja aqui o resumo da final, que até teve direito a um golo de cabeça de Leo Messi.
2010 – Inter 2-0 Bayern Munich
Abram alas para a segunda Liga dos Campeões de José Mourinho. Mas não foi fácil chegar à final de Madrid, já que teve de ultrapassar o Barcelona em Camp Nou com menos um jogador durante muito tempo. Veja aqui a atuação de Busquets. Motta não seria a única ausência na final: Ribéry também desfalcou os bávaros.
2011 – Barcelona 3-1 Manchester United
Guardiola outra vez? Sim senhor. Aqui há pouca história, e muito menos uma com piada. O único ausente foi Pinto, o guarda-redes suplente dos blaugrana.
2012 – Chelsea 1-1 Bayern Munich (Chelsea venceu em penáltis)
Os blues começaram a temporada com o romântico André Villas-Boas, mas a coisa não correria bem e seria substituído pelo seu adjunto, Roberto di Matteo. O italiano, num estilo mais sóbrio e pragmático, conseguiu levar o seu cinzento Chelsea à conquista da primeira Liga dos Campeões da história do clube londrino. Quanto a ausências por castigo foi um fartote: Branislav Ivanovic, John Terry, Ramires e Raul Meireles (Chelsea), David Alaba, Holger Badstuber e Luis Gustavo (Bayern).