Uma tendinose “é a degeneração do colagénio do tendão na sequência de uma sobreutilização”. O que é que isto significa? Que o uso excessivo de um tendão vai provocando microrruturas celulares que, se não forem corretamente tratadas (o que envolve um tempo próprio para que o tecido regenere), pode conduzir a uma condição crónica em que o tratamento demora até 6 meses ou nunca ser verdadeiramente eficaz.
Uma tendinose não é o mesmo que uma tendinite, uma vez que, neste caso, ocorre uma inflamação aguda decorrente de um trauma. Nem o tratamento para as duas patologias é o mesmo, apesar de frequentemente as tendinoses serem confundidas com tendinites e vice-versa. “Alguns tratamentos para reduzir a inflamação são contraindicados para a tendinose”, defende Evelyn Bass no International Journal of Therapeutic Massage and Bodywork.
A tendinose rotuliana de que padece Cristiano Ronaldo – de acordo com o boletim clínico da Federação Portuguesa de Futebol – tem este nome por o tendão afetado se situar na rótula (junto ao joelho), fazendo a ligação entre este osso e a tíbia. É um tendão muito forte e que é frequentemente utilizado, pois é ele que nos permite esticar ou fletir as pernas. No caso de um jogador de futebol, trata-se naturalmente de um tendão sob pressão constante.
Mas não é preciso ser o melhor jogador de futebol do mundo para ter uma tendinose. Qualquer movimento repetitivo pode conduzir a esta patologia: mesmo o clicar num rato ou escrever num computador. No caso específico da tendinose rotuliana, esta pode ser ainda provocada por reumatismo ou por gota.
O tratamento da tendinose passa, em grande medida, pelo descanso da zona afetada, uma vez que a reposição dos níveis de colagénio – a proteína responsável pela resistência e flexibilidade dos tecidos conjuntivos e que se encontra em falta no caso da tendinose – pode levar até 9 meses.