Luís Marques Mendes defendeu este sábado que não devem ser convocadas eleições antecipadas e não poupou críticas a quem, do CDS e do PSD, defende o contrário. “Há pessoas a fazer jogo duplo. Em direto defendem a estabilidade, em ‘off’ defendem eleições antecipadas em caso de novos chumbos. Querem abrir uma crise politica no CDS e PSD?”, interrogou. “É uma irresponsabilidade. É que, no momento em que façam isso, vão estar a dar a maioria ao António Costa. Esta gente não é boa da cabeça” .

“Andam em pânico com o António Costa e isso é um erro monumental”, prosseguiu. Marques Mendes continuou o seu comentário semanal na SIC num tom assertivo e crítico.

Com um exemplar dos estatutos do PS na mão, considerou que as eleições primárias para escolha do candidato socialista a primeiro-ministro são uma “ilegalidade”, por não estarem previstas no estatutos do partido. E disse considerar incrível como “umas eleições primárias [marcadas para setembro] demoram mais tempo a realizar-se do que as eleições do país”, referindo-se ao prazo de 60 dias para convocação de legislativas antecipadas. Tempo que considera perdido no trabalho que devia ser feito pela oposição. “Enquanto os partidos andam em guerras internas não fazem oposição. E este Governo tomou decisões erradas nos últimos três anos porque não teve uma boa oposição”.

Antes de encerrar o tema da crise política no PS, o político social democrata ainda lembrou os pontos que favorecem Costa em relação a Seguro. “Mais popular e mais consistente. Apesar de ter um excesso de expetativas”. E lembrou que os eleitores até podem simpatizar com Seguro, mas votam em “quem lhes dá a vitória”.

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Na agenda da semana estiveram, também, as críticas de Passos Coelho aos juízes do Tribunal Constitucional. “Foi um momento infeliz de Passos Coelho. Que ele critique as decisões do Tribunal Constitucional muito bem, mas criticar os juízes? Os juízes que estão lá do PSD, estão lá porque ele escolheu. Então eu vou criticar os que apoiei?”, interrogou. E voltou a repetir. “Foi um momento infeliz”.

Marques Mendes defendeu que Passos devia ter feito uma comunicação ao país para explicar aos portugueses o que se estava a passar. E anunciou o que, nas suas palavras, conseguiu apurar. “O Governo vai repor dentro de dias os cortes salariais da função pública do tempo de Sócrates”, assim como vai aprovar, “na próxima semana”, as “linhas mestres do novo regime salarial para 2015, já com a reposição de 20%”. E disse que devia ser o próprio Governo a recomendar ao presidente Cavaco Silva que peça ao TC uma fiscalização preventivas dos diplomas a aprovar. “Não podemos andar com chumbos e aumentos de impostos todos os dias”.

Antes das críticas, Luís Marques Mendes elogiou o jogo da selecção portuguesa, na madrugada de sábado, e o papel do Rei D. Carlos na democracia em Espanha.