A empresa que faz a travessia do rio Lima, em Viana, registou um aumento de cerca de 30% de passageiros após o fecho da ponte Eiffel a 1 de junho disse, esta segunda-feira, à Lusa o proprietário.
“Até ao dia 1 de junho transportávamos cerca de 50 pessoas por dia. A partir dessa data passámos a transportar perto de 70. São sobretudo moradores da margem esquerda do rio que veem neste serviço a principal alternativa”, explicou à Lusa, Vítor Portela.
O tabuleiro rodoviário da travessia centenária encerrou ao trânsito a 1 de junho, para substituição do piso. A operação da responsabilidade da Refer, que gere aquela estrutura (utilizada no piso superior por peões e viaturas ligeiras e pesadas tabuleiro inferior por comboios), vai decorrer “num prazo máximo de um mês”. Durante este período é “permitida apenas a passagem de peões, velocípedes com ou sem motor, à mão, pelo passeio” acrescentou a Refer, que gere a rede ferroviária nacional.
A empresa responsável pelo serviço fluvial no rio Lima desde 1985 decidiu aumentar o número de “carreiras”, entre a cidade e o Cabedelo e vice-versa, para dar resposta às solicitações dos passageiros. “De 16 de maio até a 1 de junho fazíamos oito carreiras (ida e volta). Desde que a ponte fechou passámos a fazer 11, nos dois sentidos”, explicou.
Já em 2007, quando a ponte fechou durante quase dois anos para obras profundas, a empresa reforçou as ligações para se assumir como alternativas de transporte.
Atualmente as ligações entre as duas margens são asseguradas entre as 08:00 e as 20:00. Anteriormente o horário vigorava a partir das 10:00 e até às 19:00.
Segundo Vítor Portela os moradores na margem esquerda do rio consideram este serviço “uma boa alternativa” para evitar “dar uma volta tão grande”, através da ponte nova. “O nosso passe mensal custa 28 euros. Acaba por compensar para quem tem que fazer esse trajeto várias vezes ao dia”, sustentou o empresário.
Ângela Morais, comerciante em Viana e moradora na Cabedelo há mais de duas décadas já utilizava o transporte fluvial mas “pontualmente”. Desde que a velha Eiffel encerrou passou a atravessar o Lima no ferry da empresa Irmãos Portela. “Tem horários que se adaptam á minha atividade profissional. Compensa financeiramente e além disso é mais sossegado e menos “stressante'”, explicou a empresária de 56 anos. Contactada pela Lusa fonte da Refer adiantou, hoje, que a obra “está a decorrer dentro do previsto”.
Anteriormente a mesma fonte tinha explicado à Lusa não ser possível a manutenção de uma das faixas de rodagem. “Por forma a assegurar que a aplicação do sistema do novo pavimento se processa nas melhores condições – garantindo a não existência de juntas que não as dos próprios módulos e minimizando o volume de poeiras no ar junto das zonas de trabalho – é requisito essencial a interdição do tabuleiro da ponte ao tráfego rodoviário durante todo o prazo de execução da reparação”. Esta interdição, adiantou, “é também necessária para que esteja garantia e salvaguardada a segurança das pessoas e bens”.
Em 2007, a ponte recebeu uma grande intervenção de reabilitação, durante quase dois anos que custou 15 milhões de euros. Desde então que os problemas no piso rodoviário persistem.