Nasceu em 1982, um ano antes da segunda intervenção do FMI em Portugal. Durante 30 anos, a LFM Corporate cresceu a vender e distribuir produtos e serviços do setor fotográfico em Portugal. O mercado mudou, a fotografia também. Apostou nos recursos humanos e na tecnologia. Nos vales do Marco de Canaveses, o grupo reinventou o modo de fazer álbuns de fotografias: a Dreamboooks. No ano passado, com o país ainda sob resgate da troika, voltou a arriscar e começou a internacionalizar a marca e a exportar.

A Dreambooks “é a nossa principal aposta neste momento. Surge quando o mercado da fotografia transitou do analógico para o digital e foi aí que a LFM conseguiu ganhar uma posição muito própria no mercado” face à concorrência, explica ao Observador Bruno Pinto, gestor de mercados da LFM.

lfm-Plataforma online _ Dreambooks Editor-ok                         Marca Dreambooks está em cinco países

A estratégia de passou por um investimento “em recursos humanos, não só ligados à fotografia, mas também ligados à tecnologia na sede da empresa, que é simultaneamente uma fábrica e um laboratório de desenvolvimento”, sublinha este responsável.

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Daqui saem todos os produtos. No retalho estão em Portugal e em Espanha, mas no Brasil foram mais longe. “Em São Paulo, aquilo que estamos a fazer é uma réplica daquilo que fazemos em Portugal. Se aqui conseguimos exportar para todos os outros países da Europa, o que queremos fazer no Brasil é, numa primeira fase, abastecer o mercado brasileiro e, numa segunda fase, conseguir abastecer outros países da América Latina”. Desde janeiro que o laboratório da LFM está a funcionar em pleno, com cerca de 10 trabalhadores.

Bruno Pinto explica que “75% dos recursos humanos são da zona do Marco de Canaveses e têm menos de 35 anos”. Destes, 40% têm formação especializada e, à medida que a empresa cresce, o número de trabalhadores também aumenta. Em 2008, eram 78 e atualmente são mais de 120. A LFM tem apostado na investigação, pelo que 25% da equipa dedica-se a desenvolver ideias e tecnologias.

cropped-lfm-fabrica     Maioria dos funcionários tem menos de 35 anos

“Estamos a desenvolver a primeira plataforma mobile gratuita em Portugal, em que qualquer pessoa pode através do seu Ipad , por exemplo, criar, editar e encomendar os seus álbuns a partir desta plataforma”, revela Bruno Pinto. É um software “construido internamente”. Sem adiantar a data de lançamento, o responsável sublinha que a “ferramenta deverá ser lançada, provavelmente em junho”.

Os efeitos da exportação já se começam a sentir. No caso da Dreambooks, sublinha Bruno Pinto, “em 2013, o mercado internacional já representa 40% das nossas vendas e acreditamos que este ano vai ter preponderância na ordem dos 60%”.

Em 2013, a faturação da marca Dreambooks atingiu nos 1,3 milhões, cerca de 15% das receitas do grupo LFM. Para estes resultados contribuíram sobretudo o mercado nacional (63%), mas também o francês (20%), o espanhol (13%), o britânico (3%) e o belga (1%). Este ano, a empresa do Marco de Canaveses espera que esta cresça 78% e chegue aos “2,3 milhões de euros”, sobretudo com a contribuição da França e do Brasil.

Com uma carteira de 50 mil clientes e 60 mil encomendas por ano, o grupo LFM Corporate tem uma faturação de cerca de oito milhões de euros.