O casal McCann chega a Lisboa na segunda-feira, 16 de junho, para o reatar do julgamento do processo em que os pais de Madeleine pedem uma indemnização de 1,2 milhões de euros, por difamação, ao ex-inspetor da PJ Gonçalo Amaral. A advogada do casal McCann, Isabel Duarte, confirmou hoje à agência Lusa a presença dos pais da menina inglesa desaparecida num aldeamento turístico da Praia da Luz, no Algarve, em maio de 2007, na sessão agendada para segunda-feira, que marca o retomar deste julgamento.
A mandatária admitiu a possibilidade de Gerry e Kate McCann prestarem declarações na sessão de julgamento marcada para a 1.ª Vara do Tribunal Cível de Lisboa, a partir das 09h30. As audiências do julgamento na 1.ª Vara do Tribunal Cível de Lisboa, no Palácio da Justiça, encontravam-se suspensas desde outubro do ano passado, para que os pais da menina inglesa desaparecida chegassem a acordo extrajudicial com Gonçalo Amaral.
Como não existiu um acordo entre Gerry e Kate McCann e Gonçalo Amaral, num caso que motivou já o pedido de arresto de bens a Gonçalo Amaral como medida cautelar, foi marcado o reatamento das sessões. Nesta ação, o casal McCann, que considera que foram violados direitos, liberdades e garantias da família, pede uma indemnização de 1,2 milhões de euros a Gonçalo Amaral, que investigou o desaparecimento de Madeleine, ocorrido a 3 de maio de 2007.
No livro “Maddie: A Verdade da Mentira”, da autoria de Gonçalo Amaral, o ex-coordenador do Departamento de Investigação Criminal da Polícia Judiciária de Portimão defende o suposto envolvimento de Kate e Gerry McCann, no desaparecimento da criança e na ocultação de cadáver.
A polícia britânica regressou há duas semanas a Portugal e, em conjunto com a PJ e a GNR, investigou uma área de cerca de 60 mil metros quadrados próximos da Praia da Luz, incluindo condutas de eletricidade e gás, esgotos e edifícios em ruínas, com o auxílio de cães pisteiros e georradares. Os resultados infrutíferos das buscas policiais deixaram os pais de Madeleine McCann mais “confiantes” na hipótese de a filha estar estar viva.
“Estamos mais confiantes por, apesar das buscas intensas, não ter sido encontrado nenhum vestígio de Madeleine e isso reforça a nossa convicção de que ela ainda poderá estar viva”, disseram quinta-feira, num depoimento veiculado pelo porta-voz.
Madeleine McCann desapareceu poucos dias antes de fazer quatro anos, a 3 de maio de 2007, do quarto onde dormia juntamente com os dois irmãos gémeos, mais novos, num apartamento de um aldeamento turístico, na Praia da Luz, no Algarve.