O Cinema King, que encerrou em novembro de 2013, vai ser leiloado na sexta-feira, em Lisboa, por um valor base de licitação de 853.800 euros, menos de metade do valor matricial, que ultrapassa os 2,12 milhões de euros.

De acordo com os dados disponibilizados online pela leiloeira Onefix, o leilão vai decorrer a partir das 15h00 no Hotel Tivoli Oriente, no Parque das Nações, em Lisboa.

O Cinema King é um dos espaços para venda, entre outros apartamentos, no mesmo edifício na Avenida Frei Miguel Contreiras que era propriedade da Sociedade Imobiliária Olívia, empresa que entrou em processo de insolvência.

De acordo com a guia de leilão, que nesse dia irá levar à praça equipamentos e espaços de pelo menos sete empresas que entraram também em processo de insolvência, o processo da Imobiliária Olívia estava no 4º Juízo do Tribunal do Comércio de Lisboa.

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A área bruta do cinema King — que era gerido desde 1990 pela Medeia Filmes do produtor e exibidor Paulo Branco – é de 2.211,50 metros quadrados.

Quando o King foi encerrado, por Paulo Branco ter considerado o valor da atualização da renda incomportável, os sete trabalhadores do cinema foram colocados noutras duas salas de cinema da mesma exibidora.

O cinema King, que integra duas salas — chegou a ter três em funcionamento – para exibição sobretudo de cinema de autor. Contactado pela agência Lusa sobre o leilão do espaço, Paulo Branco escusou-se a fazer qualquer comentário.

A Medeia Filmes detém ainda o cinema Monumental, Nimas e Fonte Nova, todos em Lisboa, e tem programação no Cine Estúdio Teatro do Campo Alegre, no Porto, Auditório Charlot, em Setúbal, no Centro de Artes e Espetáculos da Figueira da Foz, no Theatro Circo de Braga e no Teatro Académico Gil Vicente, em Coimbra.

O Cinema King abriu no mesmo espaço onde antes funcionou o Cinema Vox, inaugurado em abril de 1969.

Em 2011, Paulo Branco encerrou os cinemas Saldanha Residence, que funcionavam praticamente frente ao cinema Monumental, deixando nove pessoas sem trabalho.

Em 2013, a rede de exibição de cinema em Portugal sofreu uma mudança significativa depois da exibidora Socorama ter aberto falência, fechando algumas das salas que detinha (mais de cem) de norte a sul do país, incluindo o cinema Londres, em Lisboa.

Algumas dessas salas de cinema, em particular as que estão localizadas em centros comerciais, têm estado a reabrir gradualmente por iniciativa da exibidora brasileira Orient.