A segurança informática é uma preocupação permanente para os utilizadores mais informados mas, mesmo para os mais distraídos, é importante saber que os sistemas que usam são de confiança. A Apple tem conseguido manter os seus sistemas operativos a salvo das maiores ameaças de segurança, pelo menos a nível de vírus. Um dos fatores que contribui para isso é o controlo total da empresa sobre os seus produtos: hardware e software são construídos em conjunto, ambos os sistemas se complementam. Faz da segurança ponto de honra, e os novos sistemas iOS 8 e Yosemite prometem acrescentar mecanismos de controlo inovadores.

As versões definitivas deverão estar disponíveis em setembro, mas alguns utilizadores e programadores já têm acesso a uma versão de teste (versão beta). Luís Abreu é um deles e desenvolveu com detalhe na sua página pessoal as alterações de segurança que encontrou no iOS 8. O Observador falou com o designer (e programador) que nos explicou as principais novidades.

 

Localização

Atualmente tem de se permitir o acesso à nossa geolocalização, mas no novo sistema operativo vai ser possível refinar esta permissão, autorizando as aplicações a utilizar este parâmetro em permanência, ou apenas e só enquanto estas estiverem ativas.

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Câmara

Além da conhecida cedência à galeria de imagens, vai ser introduzida uma nova opção de controlo sobre a câmara. Atualmente não há como garantir que as aplicações que estão instaladas não acedem à câmara do iPhone ou do iPad sem autorização.

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Contactos

Vai ser possível estreitar o acesso das aplicações à lista de contactos. Em vez de dar permissão para toda a lista, poderá fazê-lo apenas a um contacto.

Health Kit e Tracking

A Apple garante que todos os dados dos parâmetros fisiológicos recolhidos pelas novas aplicações de saúde ou desporto podem agora ser armazenados numa localização central, que permite um maior controlo e promove o armazenamento local sobre servidores de terceiros.

Acesso Wi-Fi

Todos os dispositivos Wi-Fi transmitem um identificador único ao equipamento durante a procura automática por pontos de acesso. O iOS 8 usa um identificador aleatório durante a pesquisa de modo a prevenir que terceiros consigam mapear a localização sem a nossa autorização.

Controlo parental

Vai ser possível criar uma Apple ID para crianças. As aplicações que se encaixem nesta categorias vão obrigatoriamente ter de disponibilizar e manter visível a sua política de privacidade de modo a ser aceites na App Store. Será também obrigatório limitar a captura ou publicação de qualquer informação pessoal como imagens, o chat apenas pode ser efetuado com recurso a frases pré-estabelecidas e a utilização de pseudónimos, anúncios direcionados ou notificações push não são permitidas. A utilização da câmera, localização, microfone ou qualquer outro sensor que possa capturar informação pessoal (incluindo o bluetooth) passa a requer autorização escrita por parte do encarregado e a aplicação tem de dar a possibilidade de rever e apagar quaisquer dados pessoais que capture.

Touch ID

O sistema de identificação pessoal através das impressões digitais já existente no iPhone 5S será disponibilizado a outras aplicações, por exemplo para as instituições bancárias, substituindo assim sistemas menos seguros como códigos pin.

 

Para Luís Abreu, um dos principais desafios para a segurança informática é a capacidade dos utilizadores em manterem o controlo sobre os seus dados. Muitas empresas vivem da informação que partilhamos através dos smartphones, e nos novos sistemas operativos a lançar no outono, em particular no iOS 8, a Apple promete apertar o cerco à captura dessa informação pessoal, ou pelo menos, transfere para os utilizadores essa opção.

Como quase sempre, a melhor estratégia defensiva é a informação. Pode consultar a análise exaustiva de Luís Abreu na sua página pessoal, onde constam dados de compreensão imediata mas também informação para utilizadores avançados e programadores.