O deputado do PS Paulo Pisco alertou esta quarta feira para a “situação insustentável” que os emigrantes vivem, devido ao “degradante desinvestimento” que acusa o Governo de fazer nos recursos humanos e materiais dos postos consulares.

“O contínuo desinvestimento nos postos consulares em recursos humanos e materiais está a provocar uma situação insustentável para os portugueses residentes no estrangeiro, para os funcionários consulares e para os responsáveis pelos postos, com consequências muito negativas para a imagem de Portugal”, afirma o deputado socialista, num requerimento hoje entregue na Assembleia da República e dirigido ao Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Segundo Paulo Pisco, “o degradante desinvestimento vai ao ponto de o Governo permitir que os postos encerrem definitivamente ou temporariamente, quando os últimos funcionários se reformam, despedem, metem baixa ou férias, deixando desprotegidos os portugueses e ainda mais sobrecarregados os consulados-gerais das respetivas áreas consulares”.

Por outro lado, os postos consulares “já praticamente não têm recursos para atender às necessidades mais elementares dos portugueses em dificuldade social”, refere o deputado do PS, que descreve casos de responsáveis de postos darem “dinheiro do seu bolso para atender a alguns casos mais dramáticos”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Pisco alerta que, em período de férias, “todas estas situações de carência serão agravadas, porque haverá milhares de portugueses que necessitarão dos serviços consulares para poderem partir com a documentação necessária”.

“Se não forem tomadas medidas de reforço dos serviços, muitos postos poderão entrar em rutura em vários países e fazer aumentar ainda mais a agressividade já existente em muitos utentes relativamente aos funcionários, coisa a que o Governo não pode ficar indiferente”, avisa, perguntando ao Ministério de Rui Machete se irá adotar medidas.

No requerimento, o socialista, eleito pelo círculo da Europa, pergunta ainda se o Executivo “está ou não disponível para tomar medidas que invertam o degradante desinvestimento em recursos humanos e materiais” nos postos consulares e se está “consciente da situação insustentável” que está a ser criada para os emigrantes.