Por detrás de notícias sobre atentados terroristas, bombardeamentos e números redondos de mortos há histórias de vida. Foi uma dessas histórias que o realizador palestiniano Hany abu-assad quis mostrar em “Omar”, filme que mostra o amor separado por decisões políticas em forma de muro, ou vedação, da Cisjordânia, e que chega às salas de cinema portuguesas a 17 de julho.

Omar está habituado a esquivar-se das balas sempre que galga o muro de separação para visitar a sua amada secreta, Nadia. Do outro lado do muro da Cisjordânia, construído pelo Estado de Israel para se defender a infiltração de bombistas suicidas e que dividiu os territórios onde os palestinianos vivem, Omar também muda. As circunstâncias também fazem as pessoas e, de jovem pasteleiro sensível, passa a combatente palestiniano que tem de enfrentar escolhas dolorosas em relação à vida e à idade adulta. Quando Omar é capturado cai num jogo do gato e do rato com a polícia militar. Suspeita e traição põem em causa a confiança antiga dos seus cúmplices e amigos de infância Amjad e Tarek, o irmão militante de Nadia.

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“É verdade que o filme tem uma estrutura dramática com coincidências que podem parecer fictícias mas, na verdade, só há uma ocasião em que a história sofreu um desvio para obter um efeito dramático. De resto, acredito sinceramente que o filme inteiro espelha credibilidade em relação ao que é hoje a Palestina ocupada”, disse o realizador.

“Omar” foi um dos cinco filmes nomeados este ano ao Óscar de Melhor Filme Estrangeiro. Perdeu para “A Grande Beleza”, de Paolo Sorrentino. No Festival de Cannes venceu o Prémio do Júri.

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