Bernie Ecclestone livrou-se da acusação de suborno. Mas pagou caro. Aos 83 anos, o empresário britânico, e maior accionista do grupo empresarial que gere a Fórmula 1, aceitou pagar 74,7 milhões de euros para a justiça alemã arquivar o processo que o acusava de subornar um banqueiro do país.

O caso remonta a 2006. Na altura, Ecclestone terá pagado cerca de 32,8 milhões de euros a Gerhard Gribkowsky, então diretor do Bayern LB, banco germânico que detinha ações na Formula One Group — empresa que controla a modalidade.

O suborno serviria para garantir que o Bayern LB venderia as suas ações à CVC Capital Empires, empresa britânica, atual acionista maioritária da Fórmula 1, e que tem Bernie Ecclestone como diretor-executivo. De acordo com o The Guardian, o britânico chegou a admitir que, de facto, pagou a quantia ao banqueiro alemão — porém, sempre negou que se tenha tratado de um suborno.

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A lei criminal alemã, refira-se, permite que os processos, mesmo que já estejam em fase de julgamento, sejam fechados através de um acordo “apropriado para resolver o interesse público na acusação”. Se o caso tivesse prosseguido no Tribunal de Munique, Bernie Ecclestone poderia ser condenado a cumprir uma pena de até 10 anos de prisão, escreveu a BBC.

A cadeia de televisão britânica, aliás, reproduziu algumas das intervenções feitas na última audiência do processo, que decorreu esta terça-feira. Quando o juiz alemão perguntou a Bernie Ecclestone se conseguiria reunir os 74,7 milhões de euros no prazo de “uma semana”, o advogado do britânico respondeu que “era possível”.

Quase 750 mil euros serão doados a um hospital germânico, enquanto cerca de 32 milhões reverterão para os cofres do Tribunal de Munique, garantiu Peter Noll, juiz que conduziu o processo, iniciado em abril. Bernie Ecclestone, segundo a revista Forbes, tem uma fortuna avaliada em cerca de 3,1 mil milhões de euros.