A Agência Espacial Europeia (ESA) decidiu adiar o lançamento dos dois satélites Galileo agendado para esta quinta-feira às 12h31 GMT (13h31 em Lisboa) devido ao condições atmosféricas desfavoráveis sobre a base espacial na Guiana Francesa, confirmou fonte da ESA ao Observador. A nova data será definida consoante a evolução das condições em Kuru, onde se localiza a base e comunicada no site da ESA.

O lançamento dos dois novos satélites Galileo, aumentará para seis o número de engenhos, em órbita, do sistema de navegação por satélite da União Europeia que pretende melhorar serviços essenciais, como a segurança do transporte rodoviário e ferroviário e a capacidade de resposta a situações de emergência. Prevê-se que três horas, 47 minutos e 57 segundos, depois do lançamento os satélites serão descolados do módulo superior (Fregat) do foguetão russo Soyuz, através de um sistema de separação pirotécnica, quando atingirem a altitude final de 23.500 quilómetros.

Segundo a Comissão Europeia, os sinais do Galileo “permitirão aos utilizadores conhecer a sua posição no tempo e no espaço com mais precisão e fiabilidade do que os dos atuais sistemas” de navegação por satélite. O sistema Galileo “será compatível e até, no caso de alguns dos seus serviços, interoperável com outros sistemas semelhantes existentes”, de alcance global, como o norte-americano GPS e o russo GLONASS, “mas será autónomo”.

Os primeiros quatro satélites Galileo foram lançados na órbita terrestre em 2011 e 2012, para validar o funcionamento, conforme planeado, do sistema de navegação. A Comissão Europeia pretende ter uma constelação de 30 satélites ativos em órbita, incluindo seis unidades de emergência, até 2020. Os dois satélites que agora aguardam por nova data de lançamento chamam-se Doresa e Milena, nomes dados por duas crianças vencedoras de um concurso que decorreu em toda a União Europeia.

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Para o comissário europeu da Indústria e do Empreendedorismo, Ferdinando Nelli Feroci, citado quarta-feira num comunicado de imprensa da Comissão Europeia, “o lançamento destes dois satélites inaugura a fase de operacionalidade plena do programa Galileo e dá um novo impulso a um projeto verdadeiramente europeu que assenta nos recursos dos países da UE com o objetivo de maximizar os benefícios para os seus cidadãos”. De acordo com Nelli Feroci, o sistema de navegação por satélite europeu proporciona “aplicações com um enorme potencial económico” e suporta as metas da União Europeia de “crescimento e competitividade”.

O comissário adiantou que, a partir de 2015, a UE terá disponível um sistema de lançamento de foguetões Ariane 5, de construção europeia, graças a um “novo contrato que vale 500 milhões de euros para a indústria espacial”. Para concluir a constelação de 30 satélites, a ESA fará, em diante, uma série de lançamentos – dois satélites por cada lançamento de um foguetão Soyuz e quatro satélites por cada lançamento de um foguetão Ariane 5.

Em março, foi inaugurada na ilha de Santa Maria, nos Açores, uma das estações para monitorização do sinal e posição dos satélites Galileo.

A Comissão Europeia estima que o mercado mundial de produtos e serviços de navegação por satélite atinja 237 mil milhões de euros em 2020.

Atualização: o lançamento foi adiado