As adegas de Favaios e Pegarinhos, no concelho de Alijó, estão em processo de fusão, estando prevista já uma vindima conjunta este ano, para ganhar escala e fortalecer o cooperativismo, disse nesta segunda-feira fonte das cooperativas. Luís Barros, da Adega Cooperativa de Favaios, disse à agência Lusa que a integração das duas adegas “está bem encaminhada”, considerando que este é, em princípio, um “processo irreversível”.

Já nesta vindima, que se deverá iniciar lá para o dia 13 neste planalto de Alijó, os cerca de 60 a 80 sócios ativos de Pegarinhos, cuja produção equivale a cerca de 300 pipas de vinhos, deverão entregar as uvas em Favaios. “A vantagem será congregar todos os agricultores deste que é o maior planalto do Douro, fortalecendo o cooperativismo e defender melhor os interesses dos agricultores”, afirmou Luís Barros.

O objetivo é ainda, acrescentou, “ganhar escala”. “Há um mercado crescente de vinhos a granel nos vinhos brancos. Pegarinhos é uma zona boa também em vinhos brancos e, por isso, temos todo o interesse, ambas as partes, nesta fusão”, frisou.

A ideia de unir as cooperativas de Alijó foi lançada há uns anos, numa altura em que existiam quatro instituições no concelho: a de Favaios, Alijó, Pegarinhos e Sanfins do Douro que faliu e foi depois adquirida por uma empresa privada. Na altura, a autarquia pagou 75 mil euros para a realização de um estudo de viabilidade económica para as adegas do concelho, mas não se chegou a um consenso relativamente ao modelo institucional de fusão.

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“É um processo que já vem desde há uns anos e este ano efetivamente fomos contactados pela direção de Pegarinhos e decidimos avançar. Esperamos que desta vez seja possível”, salientou Luís Barros. A adega de Favaios possui cerca de 600 associados e tem crescido nas exportações, que já representam entre os 25 a 30% do volume de negócios.

O responsável referiu ainda que aqui se prevê uma quebra de produção entre os “20 a 25%” nesta vindima, devido ao clima irregular sentidos nesta primavera/verão. “Foi um ano muito complicado, principalmente para a casta moscatel, com fraca nascença e bastante desavinho e esperamos que a qualidade compense tudo isto”, sublinhou. O desavinho é um acidente fisiológico em que não ocorre a transformação das flores em fruto.

Os associados da cooperativa de Favaios votaram também a favor do reconhecimento como Organização de Produtores, no setor do vinho, junto do Ministério da Agricultura, um programa que concede benefícios aos agricultores e facilidade a nível de projetos, como majorações de 10%.