Ponto assente: é solteiro. Ou solteira. Está contente com isso, não se importa. Mas, de repente, começa a suscitar o interesse de alguém. Essa pessoa insiste, invade o seu telemóvel com mensagens, sugestões de programas a dois ou inquéritos para saber onde anda a fazer o quê. Não dá para enganar — essa pessoa quer algo além das simples mensagens. Mas você torce o nariz e diz que não. Agora, pelos vistos, já poderá fazer mais do que isso.

A hipótese de mentir e dizer que já tem uma namorada sempre esteve à mercê de ser usada. Mas em breve poderá ir mais longe — e criar uma versão virtual da sua suposta cara-metade, que até lhe poderá responder às mensagens. Como? Através do InvisibleGirlfriend.com (ou do InvisibleBoyfriend.com) um site, ainda em fase de testes, que se propõe a dar as ferramentas para qualquer pessoa criar um(a) falso(a) parceiro(a) amoroso(a).

O site, criado pela empresa Invisible Partnership, não é tímido a ‘vender’ o seu produto. A primeira frase que se vê ao abrir a página é “Finalmente, uma namorada em quem a tua família pode acreditar” e pretende oferecer a “prova social de que” uma pessoa “está numa relação” amorosa.

A plataforma até propõe aos utilizadores que criem a sua própria namorada ou namorado. E dá umas ajudas. Às tantas, disponibiliza uma ferramenta onde a pessoa pode indicar onde terá conhecido a suposta cara-metade — num bar, durante as férias, no trabalho, numa festa ou a fazer escalada são as hipóteses sugeridas até ao momento –, dando uma história para cada hipótese, na qual o utilizar apenas tem que preencher os espaços.

Criada a paixão digital, a plataforma defende que, caso o utilizador assim o queira, a namorada digital lhe enviará SMS. Para quê? De modo a dar a entender que realmente existe. Ou “uma prova interativa em tempo real”, como o site lhe prefere chamar. E mais: uma pessoa tem até a hipótese de submeter uma selfie sua para que se habilite a ser o falso namorado ou namorada de alguém que também queira utilizar a plataforma.

Ou então, para evitar tudo isto, basta recorrer à mentira convencional — e dizer que já está ocupado ou ocupada.

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