O navio-ferry Atlântida rejeitado pelo Governo dos Açores conhecerá agora um novo destino. O grupo Douro Azul, que realiza cruzeiros em Portugal, formalizou esta sexta-feira a aquisição da embarcação por 8,7 milhões, financiados inteiramente por capitais próprios, noticiou a Lusa. Depois de transformado num navio hotel realizará, a partir de janeiro de 2016, cruzeiros no rio Amazonas, passando pelo Brasil, Colômbia e Perú, referiu o Público.
O navio, avaliado em 50 milhões de euros, foi encomendado pelo Governo Regional dos Açores aos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, mas posteriormente rejeitado por não corresponder às condições técnicas acordadas – havia um nó (equivalente a uma milha naútica por hora ou a 1,85 quilómetros por hora) de diferença na velocidade máxima atingida. Uma rescisão de contrato que gerou um prejuízo de 70 milhões de euros, conforme indicava o Público.
A venda do navio-ferry deveria ter sido entregue à Thesarco Shipping, mas o armador grego deixou passar o prazo que tinha para entregar os 13 milhões de euros que tinha proposto no concurso. Assim a Mystic Cruises, do grupo Douro Azul e segundo classificado no concurso pode adquirir a embarcação. Agora aguarda por um financiamento de seis milhões de euros para poder investir nas obras de remodelação para transformar o ferryboat num navio de cruzeiro com 105 metros de comprimento e capacidade para 156 passageiros e 100 tripulantes, noticiou o Jornal i. “A Douro Azul tem capitais próprios suficientes para adquirir este navio e está neste momento a negociar com três bancos portugueses o financiamento [de seis milhões para obras de remodelação]. Estou convencido que dos três bancos teremos notícias positivas a muito curto prazo”, afirmou Mário Ferreira, presidente executivo da empresa.
As obras de remodelação, que irão demorar cerca de um ano – em outubro de 2015 já deverá rumar ao Brasil -, serão realizadas nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, cuja concessão foi entregue à Martifer, e incidirão sobretudo nos pisos que atualmente se destinam ao transporte de veículos. Na zona técnica não será necessária intervenção, está dotada de equipamentos “altamente evoluídos, mais apropriados para um paquete do que para um ferryboat“, referiu o Jornal i. Segundo o empresário, a embarcação possui “equipamentos e determinadas técnicas construtivas demasiado luxuosas e demasiado exigentes para um ferry que deveria transportar camiões e carros”. O novo nome da embarcação ainda não está definido.