A notícia correu mundo: o uso continuado no bolso das calças pode deformar o novo iPhone 6 +. A razão parece ser uma fragilidade estrutural na zona dos botões laterais do aparelho, que é feito de uma liga de alumínio (embora surjam cada vez mais evidências de que há qualquer coisa mal contada nesta história). Mas há anos que a Apple avisa explicitamente os consumidores que não devem usar o telefone no bolso. Essa nota aparece escrita nas letras pequenas do papel que acompanha o equipamento e que a esmagadora maioria dos utilizadores não lê, como nota a Newsweek.

As palavras são claras: o iPhone deve estar afastado do corpo pelo menos 10 milímetros. Contudo, o aviso não se prende com a fragilidade do equipamento, mas sim com as diretivas da Federal Communications Commission (FCC — sigla em inglês para a Comissão Federal de Comunicações dos EUA) que mede e estabelece as distâncias de segurança relacionadas com a emissão de radiofrequência — os telemóveis são transmissores/recetores de rádio. Recomenda-se, por exemplo, o transporte numa bolsa no cinto ou numa mala.

O debate em torno dos potenciais malefícios dos telemóveis já dura há anos. Em 2011, a Organização Mundial de Saúde (OMS) estabeleceu uma possível relação entre a radiofrequência e o glioma, um tumor das células que protegem e nutrem o sistema nervoso central. Outros estudos recomendam especial cuidado com as crianças com menos de dois anos de idade — a bióloga Cris Rowan recolheu dez argumentos para o Huffington Post. E a Academia Americana de Pediatria sugere que os efeitos da radiofrequência devem ser estudados com mais profundidade, uma vez que “as crianças não são adultos pequenos”.

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