Benjamin Netanyahu, o primeiro-ministro de Israel, apelou aos líderes mundiais para não fazerem distinção entre o grupo armado palestiniano Hamas e o Estado Islâmico, conta a Time. O discurso, que rejeitou a tese de genocídio contra o povo palestiniano na Faixa de Gaza, teve lugar segunda-feira na Assembleia Geral das Nações Unidas.

As palavras do primeiro-ministro israelita surgiram no seguimento das acusações do líder palestiniano Mahmoud Abbas que acusou o exército israelita de crimes de guerra durante os 50 dias de confrontos na Faixa de Gaza. “Israel distribuiu fliers, fez telefonemas, enviou mensagens, enviou alertas em árabe, tudo para permitir aos civis evacuarem as áreas-alvo”, disse Netanyahu, acusando o Hamas de disparar rockets de locais onde estavam crianças a brincar. “Israel estava a usar os mísseis para proteger as crianças israelitas, o Hamas estava a usar as crianças para proteger os mísseis deles”, acrescentou.

O primeiro-ministro de Israel foi mais longe e falou sobre o “cancro” do Islão armado, que está a crescer, garante, e até comparou a situação no país como aquela que é vivida no Iraque e na Síria. “Estado Islâmico e Hamas são ramos da mesma árvore venenosa. Quando toca aos derradeiros objetivos, o Hamas é Estado Islâmico e Estado Islâmico é Hamas”, acusou.

A guerra na Faixa de Gaza, que terá morto 2.100 palestinianos e 73 israelitas, segundo a BBC, levou a ondas de apoio a favor do povo da Palestina, o que indignou o líder israelita. “Hoje ouvimos na Europa manifestações a pedir o gaseamento de judeus; ouvimos alguns líderes nacionais a comparar Israel com os nazis. (…) Isto não é resultado da política israelita, isto é o resultado de mentes doentes. Essa doença tem um nome, chama-se antissemitismo, e está a espalhar-se na sociedade”, explicou Netanyahu.

O Irão esteve também debaixo do fogo verbal do primeiro-ministro de Israel, que acusou aquele país de ter colocado em marcha uma campanha de “charme manipulativa ofensiva”, para assim levantar sanções e dar continuidade à construção da arma nuclear. “Uma coisa é defrontar militantes islâmicos em carrinhas pickup… outra é defrontar militantes islâmicos armados com armas de destruição maciça”, distinguiu. “Deixariam o Estado Islâmico enriquecer urânio? Então não deviam deixar o estado islâmico do Irão fazê-lo também.”

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