No que toca à reprodução no mundo animal os machos têm normalmente a fama de serem mais promíscuos – acasalam com tantas fêmeas quanto possível para garantirem que um maior número de crias herda o material genético. As fêmeas, por outro lado, dedicam mais tempo a escolher o macho com as melhores características, mas ficam-se normalmente por uma única escolha. Contudo, toda a regra tem exceção: as abelhas podem acasalar com mais de 20 parceiros diferentes.

Durante os voos nupciais as futuras abelhas rainhas acasalam com o maior número de machos possível. Os machos morrem após a cópula, enquanto as fêmeas acumulam o sémen e começam a construir a colmeia. O esperma armazenado vai fertilizar todos os ovos que colocar ao longo da vida. As obreiras que nascerem desses ovos serão tanto mais produtivas quando mais parceiros a abelha rainha tenha tido durante o voo nupcial, lê-se na BBC. Esta promiscuidade das abelhas aumenta a variabilidade genética das filhas e, consequentemente, melhora a resistência a doenças.

Curioso com a promiscuidade feminina nos insetos, Hector Cabrera-Mireles, investigador no Departamento de Entomologia e Nematologia da Universidade da Flórida (Estados Unidos), quis descobrir que animal tinha mais parceiros masculinos. A abelha-europeia pode acasalar com cerca de 20 parceiros, enquanto a abelha-asiática pode chegar aos 30. Mas a recordista é a abelha gigante do sul e sudeste asiático (Apis dorsata) que, segundo Hector Cabrera-Mireles, chegou aos 53 parceiros diferentes.

Ganhou a abelha-gigante-asiática, porque a fêmea do besouro-azul-serralha (Chrysochus cobaltinus) foi desclassificada. Tinha acasalado com 60 vezes, mas não tinha sido sempre com machos diferentes.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR