O Belenenses “não se encontra à venda”. Nem é essa a intenção da administração da Sociedade Anónima Desportiva (SAD). Ponto final. Foi assim que o clube do Restelo reagiu à notícia avançada pelo Tuttosport, jornal que esta quarta-feira deu conta do alegado interesse da Juventus, tricampeã de Itália, em adquirir 51% das ações do clube — a troco de 500 euros.

Contactado pelo Observador, o departamento de comunicação do Belenenses garantiu que “não existiu qualquer tipo de contacto” entre responsáveis da equipa italiana e “a administração da SAD”. E mais: o clube lisboeta disse ainda que “não existe qualquer possibilidade” de que a maioria das ações da SAD seja vendida.

O Clube de Futebol “Os Belenenses”, porém, detém apenas uma fatia de 10% da sociedade que gere o clube, como confirmou ao Observador. A restante percentagem está distribuída pela Codecity Sports Management (51,96%), empresa detida por Rui Pedro Soares, presidente do clube, e pela Olivedesportos SGPS (31,98%), gerida por Joaquim Oliveira e proprietária da SportTV. Já 6,06% das ações pertencem a Outros, que o clube não identificou.

O Tuttosport, diário desportivo transalpino, avançara esta quarta-feira que a Juventus estava “há uns meses” a analisar a hipótese “de investir num clube da primeira divisão do campeonato português”. Embora não ligasse diretamente os bianconneri aos azuis do Restelo, o jornal escreveu que os campeões italianos podiam “adquirir 51% das ações do Belenenses por 500 euros”.

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Questionado sobre a hipótese do negócio em causa poder ser concretizado por esta verba, o Belenenses preferiu não responder, preferindo apenas “desmentir a notícia avançada pelo Tuttosport”. Em dezembro de 2012, recorde-se, a Codecity Sports Management comprou 469.077 ações da SAD do Belenenses (46,93%) por 469 euros (0,1 cêntimos por ação).

Além do Tuttosport, outros jornais italianos apontaram quais seriam as eventuais vantagens para a Juventus caso, de facto, viesse a ter uma posição maioritária na administração do Belenenses. A principal seria a de comprar jogadores através do clube português, permitindo que um maior número de jogadores extra-comunitários pudessem, em teoria, estar vinculados à Juventus — os regulamentos da Série A ditam que, por época, cada clube só pode inscrever dois novos futebolistas nascidos fora da União Europeia.

É o que faz a Udinese, por exemplo, cujo proprietário, Giampaolo Pozzo, controla também o Granada, da primeira liga espanhola, e o Watford, que compete no Championship, a segunda divisão inglesa.