Os presidentes do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, e do Sudão, Omar Hassan al-Bashir, reuniram-se hoje no Cairo e sublinharam a necessidade de reforço dos laços bilaterais, em particular nos setores económicos e da segurança. O líder sudanês chegou hoje ao Cairo acompanhado por uma delegação de alto nível para uma visita oficial de dois dias, informou a agência noticiosa egípcia Mena.

O porta-voz da presidência egípcia, Alah Yusef, disse que Al-Bashir sublinhou na reunião com Al-Sisi o apoio do Cairo a Cartum e a cooperação bilateral em termos de segurança. Yusef assinalou que foi analisada a cooperação económica e o aumento do intercâmbio comercial, sobretudo após a recente abertura dos postos fronteiriços entre os dois países.

Nesse sentido, Al-Bashir recordou que o Egito é o quarto investidor no seu país e poderá alcançar a segunda posição caso se concretizem diversos projetos já anunciados. Os dois presidentes também abordaram a situação regional, incluindo o conflito líbio, numa altura em que o Cairo e Cartum integram o mecanismo de consultas dos Estados vizinhos da Líbia.

Neste aspeto, Al-Sisi reiterou o seu apoio às autoridades líbias, em particular ao exército, coincidindo com Al-BAshir na necessidade de uma “solução política” para a crise. A necessidade de o rio Nilo permanecer um meio de “garantir o desenvolvimento comum para todos os povos ribeirinhos e sem prejudicar os interesses de nenhuma parte” foi outro aspeto sublinhado no encontro.

Os dois países uniram esforços para tentarem evitar os efeitos da construção de uma barragem no Nilo na Etiópia, que poderá reduzir a sua cota de água. Al-Bashir continua a ser alvo de um mandado de captura emitido pelo Tribunal Penal Internacional por crimes de guerra e contra a humanidade cometidos em Darfur, mas o Egito não ratificou o tratado que obriga à detenção do líder de Cartum.

O Egito e o Sudão constituíam uma mesma unidade política até 1956, quando foi proclamada a República do Sudão independente, que terminou com o controlo conjunto anglo-egípcio e que vigorava desde o final do século XIX.

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