Onze agentes policiais iraquianos foram internados num hospital a cerca de 80 quilómetros de Bagdade vítimas de um ataque químico. De acordo com o Washington Post, os agentes terão sido envenenados por cloro pelo Estado Islâmico. Este parece ter sido o primeiro ataque químico levado a cabo pelo grupo extremista.

O acontecimento foi confirmado por um membro do Ministério da Defesa iraquiano e fontes hospitalares afirmaram que os sintomas eram consistentes com o envenenamento por cloro. Segundo a polícia iraquiana, já houve outros dois ataques desde que a presença dos jihadistas se estendeu a largas zonas do território iraquiano.

Os relatos de ataques químicos na zona do Iraque fizeram surgir preocupações quanto à possibilidade de os jihadistas estarem a desenvolver armas químicas. A existência de uma antiga fábrica de produção deste tipo de armamento na zona agora dominada pelo Estado Islâmico tem aumentado estas preocupações. Contudo, especialistas em armamento dizem que os cerca de 2.500 rockets que permanecem na fábrica já não podem ser utilizados. Estes terão sido selados num bunker há mais de 20 anos, refere o Washington Post.

Apesar do ataque que levou ao internamento de onze polícias ser o único que está oficialmente documentado, o uso de químicos pelo Estado Islâmico parece ter sido, até à data, ineficaz.

A venda de cloro, um componente industrial muito comum, é legal, mas a sua utilização como arma viola a Convenção sobre as Armas Químicas, um acordo que visa controlar o uso, produção e armazenamento deste tipo de armamento. O componente foi usado com alguma regularidade contra as trincheiras durante a Primeira Guerra Mundial, nomeadamente em Ypres na Bélgica, onde as forças militares alemãs libertaram mais de 160 toneladas de cloro, matando centenas de soldados franceses.

A Organização para a Proibição das Armas Químicas, uma organização internacional que promove o desarmamento, alertou no mês passado para o facto de o cloro ter vindo a ser usado como arma em aldeias no norte da Síria, mas há vários anos que o seu uso não era relatado no Iraque.

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