O livro “Que Importa a Fúria do Mar”, de Ana Margarida de Carvalho, é o vencedor do Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores, anunciou esta quinta-feira a instituição.
Dos 107 livros admitidos ao concurso, o júri deliberou “por unanimidade” atribuir o Grande Prémio, no valor de 15 mil euros, ao romance de estreia de Ana Margarida de Carvalho, que já tinha sido finalista do Prémio LeYa e é igualmente finalista do Prémio Fernando Namora, cujo vencedor deve ser conhecido esta semana.
O júri foi constituído por José Correia Tavares, que presidiu, os catedráticos Annabela Rita, Teresa Carvalho e José Manuel de Vasconcelos, e os escritores Cândido Oliveira Martins e Vergílio Alberto Vieira. O júri reuniu-se esta quinta-feira pela terceira vez, segundo o mesmo comunicado.
Ana Margarida de Carvalho nasceu em Lisboa, é licenciada em Direito e jornalista na revista Visão.
A narrativa da obra tem início numa madrugada de 1934, quando ainda se ouvem os ecos da revolta Operária da Marinha Grande, segundo a apresentação da Teorema, que publicou o romance no ano passado. Para a editora, “Que Importa a Fúria do Mar” é um romance “com uma maturidade literária invulgar que coloca, frente a frente, duas gerações de um Portugal onde, às vezes, parece que pouco mudou”. “Brilhante no desenho dos protagonistas e recorrendo a um estilo tão depressa lírico como despojado”.
Ana Margarida de Carvalho nasceu em Lisboa, é licenciada em Direito e jornalista na revista Visão, tendo recebido “sete dos mais prestigiados prémios do jornalismo português, entre os quais o Prémio Gazeta Revelação do Clube de Jornalistas de Lisboa, do Clube dos Jornalistas do Porto e o da Casa da Imprensa”, segundo comunicado da APE. Fez parte da redação da SIC e publicou artigos nas revistas Ler e Marie Claire e no Jornal de Letras, Artes & Ideias.
Atualmente, na Visão, desempenha funções de Grande Repórter e faz crítica cinematográfica no roteiro e no sítio na Internet de cinema oficial da revista Final Cut. Ana Margarida de Carvalho lecionou vários “workshops” de escrita criativa, e é autora de reportagens reunidas em coletâneas, de crónicas, de guiões de cinema e autora de uma peça de teatro.
Nas suas 32 edições, o Grande Prémio de Romance e Novela da APE, já foi entregue a 28 autores, de 18 editoras, havendo apenas quatro escritores que bisaram.
Os 107 livros admitidos a concurso formam o segundo volume mais elevado de sempre, de obras a avaliar, em 32 anos de atribuição do galardão. Dos candidatos, 72 eram homens e 32 mulheres, havendo três autores, com dois livros cada, tendo-se registado 54 chancelas editorais. “Um recorde absoluto”, segundo o comunicado da APE.
Nas suas 32 edições, o Grande Prémio de Romance e Novela da APE, já foi entregue a 28 autores, de 18 editoras, havendo apenas quatro escritores que bisaram: Vergílio Ferreira, António Lobo Antunes, Agustina Bessa-Luís e Maria Gabriela Llansol. O Grande Prémio é patrocinado pela Direcção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas, Câmara Municipal de Grândola, Fundação Calouste Gulbenkian, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, Instituto Camões e Sociedade Portuguesa de Autores.