É um avião? Um disco voador? Um OVNI [objeto voador não identificado]? Não. Mas é certamente uma revolução na tecnologia de aviação aquela que a Airbus está a projetar. Parece-se mais com uma nave digna de um filme de ficção científica do que propriamente com um modelo de avião. O projeto está feito, resta saber se o pedido de patente é aprovado. Se for para a frente, os passageiros que se preparem porque podem, num futuro mais ou menos longínquo, vir a apertar os cintos e iniciar viagem sentados num autêntico disco voador. Ou donut gigante, como apelida o Financial Times.
Mas, descanse-se, a Airbus garante que a construção de uma aeronave deste tipo não está ainda em curso. Para já, é só uma ideia à espera de ser patenteada, para que não seja roubada. E como esta há milhares de outras – o Financial Times fala em 6 mil novas ideias revolucionárias que os engenheiros da Airbus têm todos os anos, sendo que o design de um avião em forma circular é considerado a invenção mais radical alguma vez feita por aquela companhia de fabrico de aeronaves.
Segundo o Financial Times, a companhia já conseguiu patentear outra ideias bizarras e futuristas, como o caso de um assento em forma de selim de bicicleta, capacetes de realidade virtual para entretenimento a bordo e, mais excêntrico ainda, uma cabine de piloto sem janelas. Tudo arquitetado e pensado de forma a ser possível executar, mas sem o fazer. Pelo menos não para já.
Esta é, no entanto, a ideia mais radical, porque envolve todo um novo conceito de embarque e de disposição dos passageiros a bordo. Diagramas anexos ao pedido da patente mostram como os passageiros teriam de entrar no avião através de uns degraus que os levariam a umas portas dispostas no buraco existente no meio do círculo – ou do donut -, ou como as refeições tinham de ser entregues pelos comissários de bordo em carros próprios para curvar nos corredores.
Mas quais as vantagens de complicar o que é simples? Segundo a Airbus, o design circular encaixa no conceito que algumas empresas aeroespaciais têm vindo a considerar no sentido da poupança de combustível. Segundo Chris Lorence, gerente da General Electric Aviation, projetos como este podem mesmo ser mais eficientes do que os tradicionais em termos de aerodinâmica. “É uma abordagem que reduz a queima total de combustível para a aeronave”, diz, citado pelo FT.