O presidente da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), major-general Francisco Grave Pereira, disse esta segunda-feira que o plano traçado para o combate aos fogos florestais vai manter-se, apesar da mudança do ministro da Administração Interna.

“Este trabalho foi feito em conjunto, a mudança de um elemento não altera a dinâmica que já vem de trás, isto não é uma coisa que começou ontem, começou há três anos. Estamos perto da meta de marcar um conjunto de golos, tenho a certeza que o vamos fazer”, disse aos jornalistas o presidente da ANPC, no final da cerimónia de apresentação do balanço da época de incêndios florestais de 2014.

Na cerimónia de avaliação do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais de 2014 não esteve presente qualquer elemento do Ministério da Administração Interna (MAI), depois do ministro Miguel Macedo ter anunciado, no domingo, a sua demissão do cargo.

Sobre esta ausência, o presidente da ANPC afirmou que “o facto de não estarem presentes não significa que não acompanharam este processo, porque o acompanharam desde o início”.

Também presente na cerimónia, a ministra da Agricultura e do Mar, Assunção Cristas, afirmou que a escolha do próximo ministro da Administração Interna e uma eventual remodelação no Governo são “competências exclusivas do primeiro-ministro”.

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“Não tenho nada a dizer sobre essa matéria, são competências exclusivas do primeiro-ministro”, disse Assunção Cristas, quando questionado pelos jornalistas.

O ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, anunciou domingo a sua demissão do cargo de ministro da Administração Interna, garantindo não ter qualquer intervenção no processo dos vistos ‘gold’, mas reconhecendo que a investigação em curso o deixou com “autoridade diminuída”.

Várias pessoas próximas de Miguel Macedo, como o presidente do Instituto de Registos e Notariado, António Figueiredo, e o diretor do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, Manuel Palos, estão a ser investigados no âmbito da Operação Labirinto, que visa alegados casos de corrupção na atribuição de vistos ‘gold’.

Numa declaração lida, no domingo, no Ministério da Administração Interna, Miguel Macedo disse não ter “qualquer responsabilidade pessoal” no caso de atribuição alegadamente fraudulenta de vistos dourados, que está a ser investigado no âmbito da Operação Labirinto, mas reconheceu que não tinha condições políticas para se manter no cargo.