“O que queremos é integrar muito mais fornecedores para poder melhorar, por exemplo, os nossos custos logísticos e também aproveitar o ‘know how’ do país para ter melhor rentabilidade das nossas peças”, explicou o diretor-geral da fábrica de Mangualde, Hamid Mezaib, aos jornalistas.
O objetivo é aumentar o número de fornecedores nacionais de 7% para “um valor muito mais alto”, que não especificou, nos próximos anos.
Segundo o responsável, a ideia é que, no âmbito da lógica do polo industrial Vigo-Mangualde, esses fornecedores trabalhem quer com a fábrica portuguesa, quer com a espanhola, de forma a aumentar a competitividade.
O polo industrial Vigo-Mangualde tem uma produção potencial entre 500.000 e 700.000 veículos por ano, sendo considerado uma oportunidade quer para a fábrica situada no distrito de Viseu, quer para os fornecedores portugueses.
Hamid Mezaib explicou que a fábrica de Vigo “trabalha com um ‘cluster’ desde há muito tempo e melhorou muito a competitividade dos fornecedores da Galiza”.
“Em Portugal esse ‘cluster’ existe mas não tem muita atividade. A ideia é aumentar a atividade do ‘cluster’, para que melhorem as propostas e haja sinergias entre os fornecedores do mesmo setor, onde há problemáticas comuns”, acrescentou.
Hamid Mezaib defendeu que, para aumentar a competitividade da fábrica de Mangualde, era importante encontrar uma solução para reduzir os custos energéticos (mais elevados do que em França) e a existência de uma via ferroviária até ao porto de Vigo (uma vez que exporta 95% da sua produção).
“O comboio é uma solução muito mais económica do que a que temos agora, os camiões”, frisou.
Na opinião do responsável, toda a parte industrial da fábrica de Mangualde está a funcionar bem, mas a questão energética e a dos transportes “são deficits que têm de ser tratados rapidamente”.
Questionado sobre a possibilidade de a fábrica voltar a ter três turnos, Hamid Mezaib respondeu que isso dependerá das exigências do mercado.
“Somos capazes de lançar o terceiro turno em tempo record, mas isso depende muito do mercado”, frisou.
Em julho, 280 trabalhadores do Centro de Produção de Mangualde ficaram sem trabalho após a supressão do terceiro turno.
Quando foi anunciado o relançamento do terceiro turno (para funcionar a partir de abril de 2013), estava previsto que duraria por um período mínimo de nove meses, tendo acabado por se estender por 16 meses.
O lançamento deste turno resultou, segundo a empresa, do facto de a fábrica de Vigo registar naquela altura uma produção excecional e temporária, inerente à fase de lançamento dos modelos Citroën C-Elysée e Peugeot 301.
Por isso, foi transferida para Mangualde a produção “de alguns volumes dos modelos Citroën Berlingo e Peugeot Partner”.
Segundo a PSA, “este fator extraordinário terminou e as fábricas voltam à sua produção nominal”, levando ao ajustamento da atividade produtiva com a supressão do terceiro turno.