Uma Júnior Empresa é uma associação sem fins lucrativos, totalmente gerida por estudantes, que presta serviços de consultoria especializados a empresas e outras entidades. Insere-se geralmente nas instituições de ensino superior e visa principalmente a formação académica complementar dos seus membros.

A Júnior Empresa de Estudantes da Faculdade de Economia (JEEFEUC) arrancou há oito anos e envolve hoje mais de 30 membros ativos, esperando em 2015 atingir um volume de negócios de cinco mil euros, diz o seu presidente André Pereira, aluno de gestão. Para André Pereira, uma júnior empresa “é um elemento essencial na formação dos estudantes”, ao dar uma “nova visão” dos seus cursos e da sua aplicabilidade, permitindo que os alunos surjam “mais preparados” para entrarem depois no mercado de trabalho.

A JEEFEUC elabora “planos de negócio, análises financeiras, planos de marketing, planos de recursos humanos”, entre outros serviços, sempre com o apoio dos docentes da faculdade, para “garantir que nada falha”. Nesta júnior empresa, bem como nas outras, todo o lucro “vai para a formação” dos colaboradores, seja em “workshops” ou em eventos.

A jeKnowledge, júnior empresa da Faculdade de Ciências e Tecnologia, com seis anos no ativo, já viu por lá passar “mais de 80 estudantes”, tendo também sido a base para a criação de empresas de base tecnológica, disse à agência Lusa o presidente, André Carvalheira.

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Dentro desta júnior empresa, os estudantes fazem “sites, plataformas para web, aplicações para telemóveis ou projetos de comunicação”, sendo que o lucro “varia de projeto para projeto”, tendo tido projetos “de 100 a 200 euros até projetos de 12 mil euros”, sublinhou.

O contacto com empresas, “na maioria PME”, permite ao estudante “desenvolver capacidades que não poderia ter em ambiente de aula”, participando “num negócio real com um cliente real”, realçou.

Para Patrícia Cruz, da Juni Rhumo, criada na Faculdade de Psicologia, a júnior empresa “é uma rampa de lançamento”, onde se aprende também a gerir o tempo, a trabalhar em equipa e a ganhar responsabilidade.

Na Juni RHumo, com um volume de negócios “ainda pequeno”, os estudantes realizam serviços na área de recursos humanos, até agora com instituições públicas, mas com o objetivo de no futuro captar “clientes de pequenas e médias empresas”. “A análise do trabalho por parte de um cliente pode impulsionar” os estudantes a fazer mais, explicou Frederico Borges, presidente da Resistance, que surgiu pela mão de alunos de Engenharia Física, onde prestam serviços de “webdesign” e design gráfico.

Agora, pretendem também formar uma editora e dinamizar festivais de música, numa organização que não se limita a estudantes da universidade, mas também dos politécnicos de Coimbra – algo que também acontece nas outras júnior empresas.

Na Universidade de Coimbra, a mais recente júnior empresa é a Juni Pharma, criada em 2013 por estudantes da Faculdade de Farmácia, que pretendem desenvolver trabalho de promoção de saúde e de acompanhamento farmacoterapêutico. A membro da Juni Pharma e antiga presidente, Cristina Rebelo, corrobora os seus colegas de outras júnior empresas, considerando que neste ambiente os estudantes podem “mostrar que são úteis”.