Em declarações à agência Lusa, fonte oficial do grupo Portucel Soporcel alega que a comissão sindical solicitou à administração da papeleira situada em Lavos, Figueira da Foz, uma reunião “para considerar a possibilidade de desconvocar a greve” agendada para hoje, sexta-feira, mas a proposta foi recusada.

“Ao fazer esta proposta, a comissão sindical busca apenas justificar o caminho de confrontação pelo qual decidiu enveredar, já que sabe perfeitamente que a Comissão Executiva jamais aceitará negociar com um pré-aviso de greve vigente”, sustenta o grupo empresarial. No entanto, a mesma fonte adiantou que “logo que regresse a tranquilidade laboral” à Soporcel, estarão “reunidas as condições para retomar o diálogo” com os colaboradores.

A fonte do grupo empresarial questiona ainda o porquê de num plenário realizado ontem, quinta-feira, os trabalhadores terem sido impedidos de votar a manutenção ou não da greve.

Ouvido pela Lusa, Vítor Abreu, porta-voz da comissão sindical da Soporcel, afeta à CGTP, frisou que a realização da greve foi votada no início do mês e que uma eventual votação pela manutenção da paralisação “não fazia parte da ordem dos trabalhos”. “Como não houve nada, nenhum desenvolvimento, que pudesse justificar a retirada [do pré-aviso de greve], foi mantido o que tinha sido decidido”, explicou, aludindo à paralisação de 24 horas que começa às 04:00 de sexta-feira.

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Já sobre a questão das negociações com a administração da Soporcel, o responsável da comissão sindical disse que numa reunião preparativa da paralisação, realizada hoje e que se estendeu por cerca de quatro horas, os trabalhadores “deram mais uma oportunidade” à administração para negociar, o que não foi aceite. “A greve seria desmarcada se fosse combinada uma agenda negocial. Mas a resposta que veio foi ‘não'”, lamentou.

Os trabalhadores da Soporcel cumprem sexta-feira novo período de greve, por questões relacionadas com o fundo de pensões da empresa e a falta de negociação, imputada pelo sindicato à administração, de um caderno reivindicativo, entre outras questões.

Recorde-se que nos últimos cinco anos houve sempre aumentos salariais na Portucel e que o salário mínimo na empresa é de 1200 euros. Para além disso os trabalhadores beneficiam de um fundo de pensões que é o mais generoso de todo o sector industrial.