O atentado suicida, perpetrado durante as orações de sexta-feira, dia sagrado para os muçulmanos, fez também 270 feridos. A grande mesquita de Kano está ligada a um dos principais líderes muçulmanos da Nigéria, o emir Muhammad Sanusi II, que instigou, na semana passada, dentro da mesma mesquita, os nigerianos a pegarem em armas e a lutarem contra o grupo extremista Boko Haram.

O grupo fundamentalista Boko Haram, que pretende criar um estado islâmico no norte da Nigéria, está ativo no país desde 2009 e é considerado responsável pela morte de mais de 3.000 pessoas.

Goodluck Jonathan instruiu as agências de segurança para lançarem uma investigação de grande escala e de “não deixar pedra sobre pedra até que todos os ‘agentes’ do terrorismo (…) sejam localizados e levados à justiça”, refere um comunicado, emitido este sábado, pelo do gabinete da presidência.

O emir Muhammad Sanusi II regressou, este sábado, do estrangeiro para inspecionar a mesquita. “Face a todas as indicações, estariam a planear isto há pelo menos dois meses”, disse, aos jornalistas, no aeroporto, sem facultar mais detalhes. “Ordenei que a mesquita fosse lavada e limpa para que as orações possam continuar aqui”, afirmou, acrescentando: “Nunca nos deixaremos intimidar para abandonar a religião, isso é que os atacantes querem”.

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Contudo, o atentado suicida foi amplamente interpretado na Nigéria como uma vingança face ao repto lançado pelo emir contra o Boko Haram. Goodluck Jonathan instou os nigerianos a “não entrarem em desespero neste momento de grande provação na história da nação, mas antes a permanecerem unidos para enfrentar o inimigo comum”.

Poucas horas antes do massacre em Kano, foi desativado um engenho explosivo, perto de uma outra mesquita a cerca de 600 quilómetros de Maiduguri, onde foi fundado o Boko Haram em 2002.

Esta zona estava já sob tensão depois de duas mulheres se terem feito explodir num mercado lotado na passada terça-feira, num atentado que resultou em mais de 45 vítimas mortais.