A taxa de poupança das famílias caiu para os 9,7% no ano terminado no terceiro trimestre de 2014, face aos 12 meses terminados no trimestre anterior, devido ao aumento do consumo final dos particulares, segundo o INE.

De acordo com as contas nacionais trimestrais por setor institucional, hoje divulgadas pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a capacidade de financiamento das famílias diminuiu para os 5,4% do PIB no ano terminado em setembro, o que compara com uma capacidade de financiamento de 5,7% nos 12 meses concluídos no trimestre anterior.

Este resultado deveu-se a um “aumento da despesa de consumo final em 0,7% que mais que compensou o ligeiro aumento de 0,1% do rendimento disponível” das famílias. Esta variação do consumo e do rendimento disponível dos particulares “determinou uma diminuição de 5,2% da poupança das famílias, fixando-se a taxa de poupança em 9,7% do rendimento disponível”, depois de ter atingido os 10,3% no ano terminado no trimestre anterior.

Ainda em relação às famílias, o INE refere que o “ligeiro acréscimo” do rendimento disponível foi determinado pelo aumento de 0,6% das remunerações no ano terminado em setembro, o qual foi “quase compensado pelo aumento [de 3,8%] dos impostos sobre o rendimento”.

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Os números do INE mostram ainda que “o peso dos impostos tem aumentado de forma progressiva, atingindo 11,6% do rendimento disponível [das famílias], o que corresponde ao valor máximo registado para toda a série”.

Já no que se refere às sociedades não financeiras, o INE indica que a necessidade de financiamento destas empresas se ficou nos 1,9% do PIB nos 12 meses terminados em setembro deste ano, um acréscimo de 0,1 pontos percentuais face ao ano concluído no trimestre anterior.

Este comportamento das necessidades de financiamento das empresas não financeiras deveu-se sobretudo ao aumento das remunerações pagas e, em menor dimensão, ao aumento da formação bruta de capital, que cresceu 0,3%.

Quanto às sociedades financeiras, no terceiro trimestre de 2014, registaram uma capacidade de financiamento de 2,7% do PIB, o que compara com uma capacidade de financiamento de 2,6% do PIB no trimestre anterior.

Relativamente ao conjunto da economia portuguesa, registou-se uma capacidade de financiamento de 1,9% no terceiro trimestre deste ano, mais 0,3 pontos percentuais do que no trimestre anterior, segundo o INE, que acrescenta que o saldo externo “estabilizou em 0,7% do PIB, com as importações e as exportações a registarem a mesma taxa de variação (0,9%)”.