Foi realizado o primeiro transplante de órgãos recolhidos de um recém-nascido no Reino Unido. Apesar de ser uma técnica difícil e que exige muita perícia, os especialistas consideram que as doações de bebés recém-nascidos ou com poucas semanas poderão salvar vidas, mas que o regulamento no Reino Unido não cria espaço para esta possibilidade, refere a BBC.

A menina nasceu com muitos problemas de saúde e lesões cerebrais profundas, depois de ter sido privada de oxigénio antes do nascimento, conforme relatam os médicos na revista científica Archives of Diseases in Childhood. Num gesto que os médicos do Imperial College NHS Trust, em Londres, classificam de “extraordinária generosidade”, os pais da menina aceitaram doar os órgãos assim que o coração deixasse de bater. Durante seis dias esteve ligada a uma máquina de suporte básico de vida. Sem nunca ter sido capaz de respirar sozinha durante esse tempo e sem apresentar qualquer melhoria na função cerebral, os pais aceitaram que a máquina fosse desligada, refere o Independent.

Os rins foram doados a um doente com falência renal – uma operação meticulosa com órgãos de cinco centímetros – e as células do fígado foram doadas a uma pessoa com falência hepática. Sem fazerem referência a outros pormenores sobre os doentes que receberam os transplantes, os médicos disseram que os recetores de transplantes neonatais podem ser bebés, crianças ou até adultos.

Embora este tipo de transplantes neonatais já aconteçam nos Estados Unidos, Alemanha e Austrália, a legislação no Reino Unido impõe determinadas limitações – os médicos não estão autorizados a declarar a morte cerebral de um bebé que tenha menos de dois meses. No Reino Unido existem pelo menos 15 crianças com menos de dois anos à espera de transplante, mas os doadores com menos de um ano são muito raros.

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