O aviso é simples: se tiver uma desilusão amorosa ou se não for promovido no trabalho, não afogue as mágoas, e muito menos o cartão de crédito, nas compras — pode estar perdido por cem, mas evita que esteja perdido por mil.

Está a ver aqueles estudos que nos garantem que ir às compras é a melhor forma de combater a tristeza? Esqueça. A reação é muito comum, mas não é a mais indicada. De acordo com um novo estudo, essas compras vão deixá-lo a sentir-se pior, e mais vulnerável a desgraças futuras.

Uma investigação publicada no Journal of Consumer Research veio mostrar como o fracasso muda a perceção que temos de nós mesmos e como isso desencadeia reações inconscientes. Imagine que está à espera de uma grande promoção no emprego e já tem aquele par de sapatos fisgados, ou aquele Rolex que lhe ficaria a matar no pulso. Caso a promoção não chegue, não compre os sapatos ou o relógio numa espécie de grito do Ipiranga. Pensar que não precisou do aumento para comprar o que queria não só não vai consolar o seu ego, como pode mesmo ter o efeito contrário.

A verdade é que, segundo o estudo em causa, sempre que olhar para esses objetos de desejo vai associá-los a um fracasso e não a uma conquista. Ou seja, o que é suposto ser um prémio de consolação vai tornar-se num lembrete da desilusão, podendo mesmo dar origem a uma diminuição do autocontrolo e à incapacidade de se focar em tarefas mais difíceis.

Conclusão: se estiver triste, não compre. Ou então, se não conseguir mesmo resistir a uma qualquer forma de terapia consumista, compre coisas totalmente banais e descartáveis, para que no futuro não consiga associar esses produtos ao penoso momento em que os adquiriu.

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