Quiosques, gasolineiras, postos de correios, cafés e restaurantes são apenas alguns dos exemplos de locais onde a ANF considera que os medicamentos de venda livre poderiam ser vendidos. A maior associação do setor nunca concordou com a venda destes medicamentos não sujeitos a receita médica fora das farmácias, mas uma vez que em relação a isso já não há nada a fazer, a ANF sugere que se alargue a venda dos mesmos.

“Não há razão, de natureza técnica ou científica, que justifique impedimentos à comercialização de medicamentos de venda livre em quiosques, gasolineiras, postos de correios, cafés, restaurantes e outros pontos de venda por natureza próximos das populações, alargando substancialmente o acesso e a concorrência”, defendeu a ANF, esta terça-feira, num comunicado enviado às redações.

A Associação lembra que as farmácias “sempre sustentaram que o nosso país deveria manter um modelo de acesso a medicamentos baseado na farmácia e no farmacêutico”, mas uma vez que, há 10 anos, o Governo decidiu liberalizar a venda de alguns remédios, “os consumidores portugueses seriam assim verdadeiramente mais beneficiados com a adopção de um modelo mais liberal como, por exemplo, o existente no Reino Unido. Neste país, os medicamentos de venda livre são definidos em função de substâncias, doses e embalagens que estão disponíveis num leque alargado de locais de acesso generalizado, permitindo facilidade e conveniência para o alívio e tratamento de queixas de saúde passageiras e sem gravidade”. Também na Holanda e na Dinamarca a venda está mais liberalizada.

Já países como Alemanha, Áustria, Bélgica, Eslováquia, Espanha, Finlândia, França, Grécia e Letónia continuam a privilegiar a venda de medicamentos não sujeitos a receita médica em farmácias, diz a ANF.

De acordo com o relatório divulgado no início do ano pelo Infarmed, ao contrário daquilo que se pretendia há 10 anos, o preço destes medicamentos não sujeitos a receita médica vendidos fora das farmácias aumentou (cerca de 12% face a 2005) e a venda está sobretudo concentrada em Lisboa, Porto e Faro. Já em Bragança, Portalegre e Guarda as vendas são muito baixas, o que mostra, segundo a ANF, que não houve aumento da acessibilidade ao medicamento.

Em janeiro deste ano estavam registados 1013 locais de venda de medicamentos não sujeitos a receita médica e em 2014 foram vendidas 7,6 milhões de embalagens de medicamentos. No top de vendas estão analgésicos e antipiréticos.

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