Quase metade da população portuguesa está a tentar controlar o peso, sobretudo através do consumo regular de hortícolas, tendo como principais motivações a saúde e o bem-estar, concluiu um estudo da Faculdade de Motricidade Humana.

De acordo com o estudo sobre as “Tentativas de Controlo do Peso na População Adulta Portuguesa: Prevalência, Motivos e Comportamentos”, publicado na Ata Médica Portuguesa, cerca de 44% dos adultos portugueses (53% de mulheres e 35% dos homens) estão ativamente a tentar controlar o peso.

A investigação, a cargo de Inês Santos, Ana Andrade e Pedro Teixeira, do Centro Interdisciplinar de Estudo da Performance Humana da Faculdade de Motricidade Humana, da Universidade de Lisboa, contou com uma amostra de 1.098 indivíduos que responderam a um questionário.

Aprovado pela Comissão de Ética para a Saúde do Hospital de Santa Maria, o estudo revelou que 24,3% dos adultos portugueses reportaram estar a tentar perder peso, 19,4% evitam aumentar de peso e 6,5% evitam perder peso. Quase metade dos inquiridos (49,8%) não está a fazer nada relativamente ao seu peso.

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Outro dado indica que mais de metade dos adultos portugueses que reportaram ter pré-obesidade ou obesidade disseram estar a tentar controlar o peso.

Ainda assim, cerca de 44% indicou não ter qualquer intenção de controlar o peso.

No que respeita aos indivíduos que reportaram ter um peso dentro dos parâmetros da normalidade, apesar de a maioria afirmar não estar a tentar controlar o peso, cerca de 39% tem essa intenção.

Nas mulheres, observaram-se diferenças significativas relativamente à região de residência: uma maior proporção de mulheres residentes na zona de Lisboa e Vale do Tejo e na Madeira estava a tentar perder peso, ao passo que na região do Alentejo mais mulheres estavam a tentar manter o peso.

Nas outras regiões, registaram-se mais mulheres a afirmar que não estão a tentar controlar o peso.

Em relação aos homens, as diferenças são mais significativas ao nível educacional, com mais homens com o ensino básico e secundário a tentarem perder peso e os com ensino superior a fazerem por mantê-lo.

De acordo com a investigação, uma maior proporção de mulheres com pré-obesidade e obesidade disse estar a tentar perder peso (44,4% e 56,3%, respetivamente).

No grupo de homens com obesidade, 46,3% disse estar a tentar perder peso e igual percentagem assumiu não ter qualquer intenção de controlo do peso. Mais homens com peso normal e com pré-obesidade reportaram não estar a tentar controlar o peso.

Os investigadores apuraram que “a estratégia comportamental mais frequentemente adotada pela população adulta portuguesa, tanto com vista à perda de peso, como à sua manutenção, foi o consumo regular de produtos hortícolas nas refeições principais”.

“O consumo regular de sopa nas refeições principais, a ingestão de água em detrimento de outras bebidas, o consumo regular de pequeno-almoço, a inclusão de pequenas merendas a meio da manhã e da tarde, a opção por pequenas porções, e a prática regular de atividade física” são algumas das medidas tomadas.