O ativista angolano Rafael Marques, que começa a ser julgado esta terça-feira por “denúncia caluniosa”, disse à Lusa que nada o vai impedir de continuar a denunciar abusos de direitos humanos em Angola.

“O importante, neste momento, é que a defesa está preparada. Vamos esgrimir os nossos argumentos conscientes de que este trabalho vai continuar a ser feito e que nada nos vai impedir de reportar sobre os direitos humanos e todos os abusos que têm estado a ocorrer neste país”, disse à Lusa Rafael Marques, autor do livro “Diamantes de Sangue”, sobre a extração de diamantes em Angola.

O jornalista acusado de “denúncia caluniosa”, por ter exposto abusos contra os direitos humanos na província diamantífera angolana da Lunda Norte, começa a ser julgado esta terça-feira no Tribunal Provincial de Luanda.

O livro “Diamantes de Sangue: Tortura e Corrupção em Angola” foi publicado em Portugal em setembro de 2011. Os queixosos são sete generais, liderados pelo ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança do Presidente da República, general Manuel Hélder Vieira Dias Júnior, conhecido como “Kopelipa”, e os representantes de duas empresas diamantíferas.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A secção portuguesa da Amnistia Internacional lançou uma petição em que apela ao Governo português para interceder junto do executivo de Luanda para que seja retirada a acusação contra o jornalista angolano Rafael Marques.

Entretanto, o livro “Diamantes de Sangue” está disponível na Internet, desde segunda-feira, num gesto de solidariedade para com o autor. “Desta forma, os angolanos – que não têm acesso ao livro – podem consultá-lo gratuitamente”, através da internet disse à Lusa, Bárbara Bulhosa, da editora Tinta da China.

O livro encontra-se disponível através da página da editora na Internet ( http://www.tintadachina.pt/ ) e do sítio Maka Angola ( http://makaangola.org/index.php?lang=pt ) do ativista Rafael Marques.