A Casa Branca anunciou esta terça-feira que o presidente norte-americano vai retirar Cuba da lista de países que apoiam o terrorismo, um passo considerado essencial para o estreitar da relação entre os dois países, avança o Washington Post. A ilha das Caraíbas tinha integrado a lista em 1982.

Barack Obama disse, numa mensagem ao Congresso norte-americano, que o governo de Cuba “não forneceu nenhum apoio ao terrorismo internacional” nos últimos seis meses e que o país liderado por Raul Castro já deu garantias de que não vai apoiar atos de terrorismo internacional no futuro. Síria, Irão e Sudão permanecem na lista.

O anúncio da Casa Branca chegou um dia depois de Obama e Raul Castro terem-se reunido no Panamá, naquele que foi o primeiro encontro “normal” entre os líderes dos dois países, nos últimos 50 anos. Contudo, o assessor de imprensa da Casa Branca, Josh Earnest, já veio dizer que a retirada de Cuba da lista não altera as diferenças que existem entre os EUA e o governo de Cuba.

Em dezembro de 2014, os Estados Unidos da América (EUA) anunciaram o final do embargo a Cuba e a vontade de retirar Cuba da lista de apoiantes do terrorismo. A intenção tornou-se real esta terça-feira e o caminho para a abertura de uma embaixada norte-americana na ilha das Caraíbas pode estar agora aberto.

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Cuba reage condenando o terrorismo

Em reação, o Governo cubano considerou “justa” a intenção de Barack Obama de retirar a ilha da lista norte-americana dos países que apoiam o terrorismo, anunciou o Ministério dos Negócios Estrangeiros.

“O nosso país foi vítima de centenas de atos terroristas, que custaram a vida a 3.478 pessoas e incapacitaram 2.099 cidadãos cubanos”, refere uma declaração oficial lida na televisão estatal e subscrita pela diretora geral para os Estados Unidos do Ministério dos Negócios Estrangeiros cubano, Josefina Vidal.

Nessa declaração, Cuba rejeita e condena “todos os atos de terrorismo em todas as suas formas e manifestações, assim como qualquer ação que tenha por objetivo instigar, apoiar, financiar ou encobrir atos terroristas”.

Cuba rejeitou sempre a sua inclusão na lista de Estados patrocinadores do terrorismo por considerá-la injusta e injustificada, e o seu pedido de retirada da mesma foi um dos temas que esteve em cima da mesa nas rondas de negociação mantidas até à data entre Havana e Washington e que condicionou a abertura de embaixadas.

No caso de entrar em vigor, a retirada de Cuba da lista representa a eliminação e uma série de sanções, como a proibição da venda de armas, de ajuda económica e de transações financeiras.

O Congresso dos Estados Unidos tem agora 45 dias para estudar a decisão de Obama e, em caso de desacordo, pode apresentar um projeto de lei para a revogar. Os republicanos, que dominam as duas câmaras do Congresso, já exprimiram a sua oposição ao desanuviamento com o regime da ilha.