Os argumentos invocados pelo Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) para justificar a greve de 10 dias no início de maio “não têm suporte legal”, garante o presidente da TAP, Fernando Pinto. Em entrevista ao Jornal de Negócios, o responsável diz que a greve parte de uma “visão parcial ou errada da realidade” e que, mesmo que venha a ser desconvocada, “o mais grave é degradar-se a confiança dos clientes quando há uma repetição de anúncios de greve”. “Se os nossos clientes não estiverem do nosso lado, a TAP não terá futuro”, alerta Fernando Pinto.

“Os motivos alegados pela direção do sindicato dos pilotos para a greve anunciada revelam uma visão parcial ou errada da realidade e dos factos”, diz Fernando Pinto, acrescentando que se tinha chegado a “um entendimento em praticamente todas as matérias que cabem no âmbito do memorando assinado em dezembro” e que “as matérias que agora são alegadas pelo [sindicato] para justificar a greve não têm suporte legal”.

Em causa estão as pretensões dos pilotos sobre as diuturnidades e sobre a obtenção de até 20% do capital da companhia aérea, aquando da sua privatização, que deverá estar concluída até ao final deste trimestre, como anunciou o ministro da Economia na entrevista à RTP. “Acredita que se tivéssemos acordado ceder 20% e repor diuturnidades com efeitos retroativos isso não tivesse ficado escrito no acordo?”, questionou Pires de Lima, há cerca de uma semana.

Nesta entrevista ao Negócios, Fernando Pinto diz que “a concretização desta greve tem consequências da maior gravidade para o futuro da TAP e dos seus trabalhadores”. O presidente da empresa acrescentou, aliás, que “estou certo que os restantes trabalhadores da empresa estão igualmente incrédulos com o que está a acontecer”.

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