A greve de pilotos da TAP não vai ser desconvocada. Segundo a assessoria do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC), essa hipótese está fora de questão, pois “não há nenhum facto novo que altere a situação” que levou os pilotos a avançar para a greve. No entanto, ao que o Observador conseguiu apurar, o presidente da TAP, Fernando Pinto, encontra-se reunido com dirigentes sindicais desde o início da tarde para tentar encontrar uma solução para a situação.

De acordo com o SPAC, a conferência de imprensa marcada para as 20h desta quinta-feira — escassas quatro horas antes do início da paralisação —  “não é para desmarcar a greve”. Os pilotos vão, sim, explicar porque mantêm a greve, apesar de toda a pressão que tem sido feita para que a desconvoquem. Além disso, os dirigentes sindicais vão ainda “falar sobre os acontecimentos dos últimos dias”, em que os apelos públicos de suspensão da greve se misturaram com derradeiras tentativas de parar o processo.

Segundo várias pessoas ouvidas pelo Observador, são muitos os pilotos que, dentro do SPAC, se opõem à realização da greve e que têm intenção de apresentar-se ao trabalho nos dez dias em que está previsto durar a paralisação. O sindicato, no entanto, desvaloriza essas divergências, descrevendo-as como uma manobra de diversão que visa “atirar areia para os olhos” das pessoas.

Esta quarta-feira à noite, na SIC Notícias, o secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, voltou a avisar que, caso a greve vá para a frente, a TAP precisará de uma reestruturação que resultará no despedimento de 30 a 40% dos trabalhadores. O governante disse ainda que os pilotos da companhia aérea nacional sabotaram a operação da empresa no verão passado, o que mereceu duras críticas de Manuel Santos Cardoso, presidente do SPAC, para quem as “acusações além de falsas, são gravíssimas”. O dirigente sindical exige um pedido de desculpas a Sérgio Monteiro e exorta mesmo o governante a apresentar provas do que afirmou. “Que vá para tribunal”, disse, num vídeo enviado aos afiliados.

A greve de pilotos da TAP e da Portugália Airlines (PGA) está marcada para os primeiros dez dias de maio. O SPAC prevê que tenha um impacto negativo de 30 milhões de euros, enquanto o Governo aponta para prejuízos na ordem dos 70 milhões de euros.

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