França está a favor de uma “repartição” dos refugiados pelos países da União Europeia, afirmou o ministro do Interior francês, Bernard Cazeneuve, em reação às propostas que a Comissão Europeia vai apresentar na quarta-feira.

“Penso que é normal haver uma repartição do número de candidatos a asilo entre os diferentes países da UE e que é normal a Europa ter uma política de asilo”, disse o ministro à rádio RTL.

Cazeneuve falava sobre o plano de ação que o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, deve apresentar na quarta-feira.

Segundo vários ‘media’, o plano de Juncker prevê nomeadamente a imposição aos países de quotas para o acolhimento de refugiados, uma proposta que visa corrigir as atuais grandes disparidades, mas que suscita divergências entre os Estados-membros.

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A quota de refugiados de cada um dos 28 países membros seria calculada através de uma fórmula de redistribuição, baseada no Produto Interno Bruto (PIB), população, taxa de desemprego e número de refugiados já acolhidos.

Atualmente, os migrantes são responsabilidade do país a que chegam, o que expõe especialmente os países mais próximos das rotas de imigração, como a Itália, Malta e Grécia, e a concessão de estatuto de refugiado apresenta grandes disparidades, com a Alemanha, Suécia, França e Itália a acolherem mais de 60% do total em 2014.

Segundo o ministro francês, as propostas de Juncker “inspiram-se parcialmente nas propostas apresentadas por França desde o verão” e vão no sentido correto, dada a necessidade de medidas “coerentes e fortes”.

Cazeneuve sublinhou por outro lado a importância de continuar com as operações de salvamento no Mediterrâneo, através da agência europeia de patrulha de fronteiras Frontex, assim como “é fundamental trabalhar com os países de origem” dos imigrantes.