Flirt, traição, aventuras. Três palavras ligadas aos “sites de encontros”. O Secondlove é um deles. Comemora quatro anos de presença em Portugal e é apresentado pela gestora da filial portuguesa como “uma plataforma de relacionamentos para pessoas casadas ou comprometidas à procura de algo”.

No mês passado, Anabela Santos reuniu em Sevilha com os restantes representantes do Secondlove nos outros países (Bélgica, Holanda, Brasil, Argentina, Chile e México). Cada um analisou os dados do seu país e compilou-os para um estudo sobre as utilizadoras. “Os estudos sobre homens eram habituais, mas nunca tínhamos abordado entre nós o que motiva a mulher a ir para o site”, explica Anabela ao Observador.

Conclusão: na Europa, as mulheres holandesas são as mais ativas, seguidas pelas portuguesas e depois pelas espanholas. Na América Latina, as mulheres da Argentina são as mais ativas. Em média, as mulheres portuguesas que utilizam o Secondlove têm entre 35 e 55 anos, 27% tem mais de 10 anos de casamento ou de relação estável e 52% têm filhos.

Em Portugal, dos 100% que usam o site, 25% são mulheres. Em Espanha, a percentagem desce para 20% de mulheres.

Mas, na opinião de Anabela Santos, a conclusão mais interessante deste estudo tem a ver com a nova postura das mulheres portuguesas no site. “O comportamento mudou. Constroem textos melhores sobre o que pretendem, descrevem o que querem e colocam coisas sobre si.” O estudo apresenta dois exemplos reais da apresentação de duas mulheres.

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Mulher, 36 anos

“Casada. Procuro atenção, cumplicidade, loucura e sigilo absoluto. Quero mais do que uma aventura, quero partilhar bons momentos e boa conversa. Sou muito boa onda e é isso que espero de ti!”

Mulher, 44 anos

“A monotonia entranha-se e o sorriso apaga-se. A partilha e a cumplicidade poderão fazer renascer a vivacidade e a alegria que sempre me caracterizaram”.

No geral, a maioria dos utilizadores do Secondlove de Portugal vem de Lisboa (46%), seguindo-se Porto (21%), Aveiro (11%) e Setúbal (7%). Os restantes 15% estão distribuídos pelo resto do país. Neste momento, o site conta com 154 mil utilizadores. As inscrições têm “crescido gradualmente” desde abril de 2011 para cá, mas já é possível estabelecer um padrão. “Temos mais inscrições a seguir à passagem de ano, porque as pessoas decidem mudar qualquer coisa na sua vida e inscrevem-se, e também a seguir ao dia dos namorados”, conta Anabela Santos.

Anabela é responsável por “aprovar” ou “censurar” os perfis de apresentação dos utilizadores. Aqueles que tiverem um conteúdo muito explícito, de âmbito sexual, são rejeitados. Afinal, “o mundo virtual é como o real. As pessoas gostam de ser seduzidas”, conclui.