O Departamento de Investigação Criminal de Berlim descobriu a localização de muitas obras de arte Nazi, em Bad Durkheim. Entre as toneladas de peças artísticas encontradas está “Walking Horses”, uma escultura de bronze do nazi Josef Thorak que estava entre as prediletas de Hitler.

As obras estavam a caminho do mercado negro, prestes a serem vendidas por oito milhões de euros. É que o mercado oficial ainda olha com desconfiança para a arte nazi e toma-a como um assunto tabu, de acordo com as explicações do historiador Christian Fuhrmeister.

A descoberta foi conseguida em parceria com um detetive dinamarquês chamado Arthur Brand, que ajuda os colecionadores de arte a analisarem a autenticidade das peças e as famílias de raiz judias a recuperarem o património artístico que perderam durante a perseguição nazi.

Brand foi contactado por um vendedor que alegava possuir os cavalos. Ao início, o detetive não acreditou na história porque julgava-se que a obra de Thorek – que ladeava a Grande Chancelaria do Reich Adolf Hitler – tinha sido destruída pelo Exército Vermelho. Ninguém via os dois cavalos desde 1989.

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Mas Brand teve acesso a fotografias da alegada obra de arte e seguiu pistas com as informações de vários documentários e livros de História. Quando chegou a algumas localizações prováveis para a peça nazi avisou a polícia.

As obras de arte foram encontradas num armazém, nas mãos de um homem que as dizia possuir desde há 25 anos. Chegou a querer oferecer os cavalos a um museu federal, afirmou, mas não foi “levado a sério”. A descoberta das obras conduziu à detenção de oito pessoas, entre os 64 e os 79 anos.

O historiador Fuhrmeister acredita que a melhor forma de abordar a arte nazi é enfrentá-la, em vez de deixá-la nas sombras: “o mistério pode alimentar o mito” e, portanto, a curiosidade de terceiros. De todo o conjunto de arte nazi, apenas 3% faz menção às guerras e à propaganda do regime.