O ex-líder do CDS-PP Ribeiro e Castro classificou esta terça-feira como “muito bizarro” o “arrastamento no anúncio” da candidatura presidencial do centro-direita, nomeadamente “dos suspeitos do costume”, afirmando que “o país merece algo melhor”.

“Acho muito bizarro tudo aquilo que se passa com as presidenciais”, afirmou Ribeiro e Castro aos jornalistas, à margem da conferência do Jornal de Notícias que marca os seus 127 anos, a decorrer hoje na Casa da Música, no Porto.

Para o centrista, “é triste que num país que tem necessidades de respostas de dirigentes políticos não apareça ninguém claramente a atravessar-se e a dizer: eu estou aqui, penso isto e é este o meu plano para Portugal”.

“A ausência de candidatos presidenciais claros é mais um sinal dessa fragilidade de alma do centro-direita”, afirmou.

Ribeiro e Castro entende que “o que faria sentido é que uma coligação que desempenhou um mandato muito difícil se apresentasse com embalagem, com fôlego, com coragem, produzisse um plano de reformas que já estaria em execução e não adiado para a próxima legislatura, e se apresentasse gerando também um ou mais candidatos que se identificassem com essa ambição”.

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“O que vemos é o contrário disso: calculismos, malabarismos, um bocadinho de ‘show business’, um erro, uma fragilidade do centro-direita”, criticou.

O centro-direita tem sido prejudicado “pelos seus próprios erros” e a coligação PSD/CDS “devia ter sido esclarecida há um ano”, para que o país não vivesse “este último ano em voo de planador, sem saber o que seria o futuro”, sublinhou.

Ribeiro e Castro, que entende que se fez “tardiamente uma coligação, que ainda não se sabe qual é o nome”, defendeu que o facto de se falar “dos suspeitos do costume [Marcelo Rebelo de Sousa e Rui Rio]” como prováveis candidatos do centro-direita às presidenciais é também “sintomático do esgotamento do regime”.

“E por isso é que aparecem candidatos ‘out of the box’, fora da caixa, porque a caixa já não dá nada de jeito”, frisou, considerando que Sampaio da Nóvoa “também começou por ser um candidato fora da ‘box’, mas que foi apanhado pela ‘box’”.

“Não é possível responder a desafios com vazios”, concluiu.