O Presidente da República exortou os portugueses a ultrapassar as dificuldades, erguer a cabeça e seguir em frente, sublinhando que cada pessoa tem responsabilidade na construção do futuro. “A experiência destas terras do interior é uma lição para o país: temos de ultrapassar as dificuldades, de erguer a cabeça e de seguir em frente”, afirmou o chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva, na sessão solene de boas vindas na Câmara Municipal de Lamego, por ocasião das comemorações oficias do 10 de Junho, esta terça-feira.

Ressalvando que “nem tudo depende de nós”, Cavaco Silva sustentou que a cada um “cabe uma quota parte de responsabilidade” pela construção do futuro coletivo.

“Inspirados pelo exemplo de tenacidade, de perseverança e de lealdade do bispo D. Miguel de Portugal, temos a obrigação de fazer tudo o que está ao nosso alcance para sermos bem sucedidos”, referiu, lembrando a dedicação à “causa da pátria” do bispo de Lamego escolhido pelo rei D. João IV para confirmar junto do papa a legitimidade da restauração da independência.

“Nestes dias de comemorações, além de exaltar as glórias do nosso passado, devemos romper caminho para as novas gerações de portugueses. Um caminho de ambição e de confiança neste projeto comum que é Portugal”, acrescentou.

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Na sua intervenção, o Presidente da República voltou ainda ao tema da interioridade, considerando Lamego como o lugar apropriado para reafirmar o compromisso com a causa da coesão territorial.

Esta é, referiu, “uma causa que deve mobilizar todas as gerações para que se descubram e explorem as potencialidades” do interior e para que estas se transformem em oportunidades de desenvolvimento.

“Não podemos anular as diferenças inerentes à geografia. Mas devemos reconhecer os progressos alcançados no caminho que foi percorrido nos últimos 30 anos para vencer a interioridade”, disse, voltando a defender a necessidade de “mapear os valores endógenos de cada lugar do interior, mobilizar empresários, fomentar o empreendedorismo e atrair investimento, de forma a que a utilização dos fundos comunitários do programa Portugal 2020 se traduza numa efetiva redução das assimetrias territoriais.

Manifestando-se convicto na intervenção ativas dos autarcas, o chefe de Estado notou ainda que, hoje em dia, para reforçar as dinâmicas do território, é preciso trabalhar em conjunto e em “rede”, nomeadamente através de estruturas de nível supramunicipal e regional, pois “a escala municipal é demasiado pequena para a resolução dos problemas de maior dimensão”.