As pessoas que comem mais chocolate têm um coração mais saudável e menos probabilidades de vir a desenvolver problemas cardiovasculares. Estas são as conclusões de um estudo desenvolvido por uma equipa de investigadores da Universidade de Aberdeen, na Escócia, e publicado esta segunda-feira na revista Heart.

Ao longo de 12 anos, a equipa de investigadores monitorizou 20.951 pessoas, a maioria consumidores regulares de chocolate. Nas pessoas com um maior nível de consumo (até 100 gramas diários), a probabilidade de desenvolverem doenças cardiovasculares era inferior (menos 11%). A probabilidade de um consumidor de chocolate vir a morrer de uma doença cardíaca era também menor (25%).

Num comunicado publicado no site da universidade, um dos investigadores, Phyo Myint explicou que “o nosso estudo conclui” que “uma maior ingestão de chocolate está associada com um menor risco de acidentes cardiovasculares futuros” (menos 23%). A investigação, que faz também uma revisão dos trabalhos publicados sobre o chocolate e as doenças cardiovasculares, nota ainda que, ao contrário do que muitas vezes se pensa, o chocolate de leite não é menos “saudável”. Quando consumido com grande frequência, os benefícios podem mesmo ser semelhantes aos dos outros tipos de chocolate.

“Isto pode indicar que não só os flavonoides, mas também os outros componentes relacionados com os constituintes do leite, como o cálcio e os ácidos gordos, podem oferecer uma explicação para a associação observada”, refere o estudo “Não parece existir nenhuma prova de que a diminuição do consumo de chocolate provoque a diminuição do risco de doenças cardiovasculares”.

Apesar dos indícios, o estudo, de observação, não permitiu tirar conclusões definitivas em relação aos benefícios do chocolate para a saúde cardiovascular. Segundo os investigadores, os estudos sobre comida costumam envolver uma “subestimação dos itens consumidos”. Ou seja, as respostas dadas pelos inquiridos nem sempre correspondem à verdade. Para além disso, “é possível que as pessoas que consomem mais chocolate tenham outros comportamentos benéficos para a saúde cardiovascular”. “Existe também a possibilidade de as pessoas com mais problemas comam menos chocolate”, concluem os investigadores.

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