Joseph Blatter, presidente da FIFA, e Jérôme Valcke, secretário-geral, podem ainda vir a ser interrogados pelas autoridades suíças que estão atualmente a investigar uma “grande quantidade” de informação recolhida na sede da instituição. Esta investigação suíça é independente da que está a ser levada a cabo pelo FBI.
O procurador-geral suíço, Michael Lauber, informou esta quarta-feira durante uma conferência de imprensa que os investigadores suíços estão atualmente a examinar “nove terabytes” de dados recolhidos da sede da FIFA, em Zurique, e de várias entidades bancárias. As autoridades estão ainda a investigar 53 casos de lavagem de dinheiro e 104 incidentes relacionados com atividades suspeitas em contas bancárias na Suíça.
“A nossa investigação é de grande complexidade e bastante substancial. Até agora, a nossa equipa de investigação obteve evidências relativas a 104 relações bancárias”, referentes a “várias contas bancárias”, explicou Lauber.
Lauber informou que “todas as pessoas relevantes” serão interrogadas, incluindo Blatter e Valcke. Esta investigação é independente da que está a ser levada pelo FBI, que já resultou na detenção de 14 membros da federação de futebol. Os documentos não serão, por isso, partilhados diretamente com os Estados Unidos da América. “Estamos perante uma investigação muito complexa com muitas implicações internacionais. A acusação vai demorar algum tempo. O mundo do futebol precisa de ter paciência — pela sua natureza, a investigação vai demorar mais do que os lendários 90 minutos”, disse o procurador.
“Tenho consciência do enorme interesse público da nossa investigação, mas sei que o interesse público numa investigação criminal independente também é grande”.
A 27 de maio, vários dirigentes FIFA, incluindo membros do comité executivo, foram detidos para interrogatório, suspeitos de corrupção. Entre as acusações encontravam-se os crimes de extorsão, fraude, “pagamento sistemático” de subornos e lavagem de dinheiro.
Os dirigentes da FIFA terão aceitado subornos de várias empresas de marketing desportivo para, em troca, lhes concederem direitos comerciais e televisivos de competições organizadas pela instituição. O esquema, que durou mais de 20 anos, dizia respeito a várias provas, que incluíam Mundiais e a Gold Cup.