As mulheres europeias continuam a meio caminho da igualdade em relação aos homens, mas para as portuguesas o objetivo está cada vez mais longe, já que Portugal é agora o terceiro país mais desigual da União Europeia – o país caiu três lugares face ao último índice. Os lugares cimeiros de paridade entre homens e mulheres continuam a pertencer aos países nórdicos como Suécia, Dinamarca e Finlândia. Pior que Portugal só Roménia e Eslováquia.

O Índice Europeu da Igualdade de Género, divulgado esta quinta-feira pelo Instituto Europeu para a Igualdade de Género, concluiu que em 2012 a igualdade das mulheres face aos homens melhorou ligeiramente face a 2010, mas continua a meio caminho. Sendo a igualdade total igual a 100 e a desigualdade total igual a zero, em 2012, as europeias estavam com um índice de igualdade de 52,9 face aos homens europeus. Tempo e poder continuam a ser o maior calcanhar de Aquiles das mulheres no combate à desigualdade de género.

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Este índice comparou, agregou e analisou as estatísticas do ano de 2012 da Comissão Europeia, do Eurostat, da Eurofound (Fundação Europeia para a Melhoria das Condições de Vida e de Trabalho), da FRA (Agência Europeia para os Direitos Fundamentais), em seis categorias diferentes: trabalho, dinheiro, conhecimento, tempo, poder e saúde.

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A situação face às edições anteriores deste índice – que foram levadas a cabo em 2005 e 2010 -, no que diz respeito à média global dos 28, melhorou ligeiramente em 2012, já que em 2005, o índice era 51,3, enquanto em 2010 era 52,4. Entre 2005 e 2012 muitos países ainda não faziam parte da União, já que houve dois alargamentos em 2007 e em 2013. Portugal teve, segundo indicam os dados de 2012, o pior resultado de sempre neste índice. Em 2005, Portugal era o quarto país mais desigual, e nos dados de 2010, divulgados em 2013, Portugal estava na sexta pior posição.

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Os resultados relativos ao tempo e ao poder acentuam as diferenças entre homens e mulheres na União Europeia. No que diz respeito ao tempo, nomeadamente o tempo que as mulheres dedicam a cuidar da casa e dos seus dependentes (filhos e pais) e ainda o tempo que as mulheres têm para ocupar os seus tempos livres e fazerem voluntariado. 77% das europeias empregadas dedicavam pelo menos uma hora do seu dia a cuidados com a casa e com a família, enquanto apenas 24% dos homens empregados empregava o tempo desta maneira. Já em relação ao poder, em 2012, os homens ocupavam 78% das posições ministeriais dos 28 Estados-membros, enquanto os representantes nos parlamentos nos 28 – tendo em conta que alguns países têm sistemas políticos duas câmaras – são 75% homens.